O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto do Brasil desacelerou de 55,9 pontos em outubro para 53,8 pontos em novembro, informou nesta quinta-feira, 3, a IHS Markit. Apesar da queda, o indicador ainda é compatível com expansão, já que, quando acima de 50 pontos, o índice sinaliza melhora nas condições de negócios em relação ao mês anterior.
"O setor privado brasileiro viu um aumento bem-vindo da produção em novembro, graças ao crescimento sustentado da atividade de serviços e a um aumento acentuado da produção nas fábricas", afirma, em nota, a diretora associada econômica da IHS Markit, Pollyanna de Lima. "Temores de uma nova onda de casos de Covid-19, e as respectivas medidas de controle, limitam o otimismo com os negócios", ponta.
A desaceleração do PMI composto foi puxada pelo arrefecimento do índice industrial, de 66,7 para 64,0, e do PMI de serviços, de 52,3 para 50,9. Neste último, a IHS Markit apurou quarto crescimento seguido do volume de novos pedidos e expansão do índice de empregos do setor pela primeira vez em nove meses, embora o nível de otimismo tenha atingido o menor nível em quatro meses.
As empresas de serviços mencionaram aumento dos custos de insumos, com depreciação do real e alta dos preços de combustíveis e de equipamentos de proteção individual. A taxa de inflação geral alcançou o ritmo de expansão mais forte desde setembro de 2016. Em resposta, os preços cobrados pelas empresas também cresceram.
"Os resultados do PMI indicaram o aumento mais acentuado dos custos de insumos do setor privado desde o início da coleta dos dados, em março de 2007", afirma Pollyanna.
A diferença entre as taxas de inflação de custos de produção e dos custos cobrados indica que as empresas continuaram absorvendo uma grande parte dos custos adicionais, segundo a pesquisa.