Economia

Petrobras e Sete Brasil estão procurando mediador para negociações, diz BB

A Petrobras e a Sete Brasil estão procurando um mediador para as negociações a respeito do número de sondas e, assim, avançar na conversa com os credores, de acordo com Mauricio Maurano, vice-presidente de Atacado, Negócios Internacionais e Private Bank do Banco do Brasil. O mediador deve ser, conforme ele, um banco de investimento. “Como credores, estamos acompanhando e esperamos que haja entendimento entre os dois grupos”, afirmou ele a jornalistas, após a coletiva de imprensa, na sede do banco, na manhã desta quinta-feira, 12.

Maurano não soube dizer sobre o avanço do plano de recuperação judicial da Sete Brasil e reiterou que o BB, como credor, “só acompanha o caso”. Segundo a lista de credores, o BB concedeu mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,7 bilhões) à companhia e é o maior entre os grandes bancos. Neste trimestre, o BB reservou R$ 2,020 bilhões em provisões para o setor de óleo e gás por conta do agravamento de risco de um caso pontual. O banco não revelou o nome do cliente, mas ressaltou que não espera outro caso dessa proporção. Sobre o nível de provisionamento, informou que segue as regras do Banco Central.

A Sete Brasil entrou com pedido de recuperação judicial no final do mês passado. A empresa foi impactada pela Operação Lava Jato e a crise financeira que atingiu a Petrobras, sua principal contratante. Primeiramente, a petrolífera contrataria 28 sondas. Negocia, agora, a redução deste número e ainda as tarifas cobradas.

Nenhum pedido restante

O Banco do Brasil não tem outro pedido de recuperação judicial de uma grande empresa em seu radar além da Sete Brasil, segundo Maurano. Não há nenhum segmento específico, conforme ele, que demande maior preocupação no contexto atual. Ele afirmou, porém, que o setor de infraestrutura e as empresas envolvidas na Lava Jato, naturalmente, “preocupam mais”.

De acordo com o vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores do BB, José Maurício Pereira Coelho, é evidente que as grandes empresas também estão sendo afetadas pela deterioração do cenário no País. Possuem, no entanto, mais alternativas para gerenciar seus níveis de endividamento.

“Devemos ter mais casos de renegociações de dívidas de grandes empresas, mas não vemos nenhum outro caso que gere prejuízo para os bancos. Não há nenhum grande caso que não possa ser renegociado até o fim do ano”, afirmou Coelho, em coletiva de imprensa.

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