Economia

Bolsas europeias recuam com queda de commodities e dado negativo do Japão

As bolsas europeias fecharam em queda nesta sexta-feira, 1, pressionadas por uma queda mais pronunciada das commodities e por um dado negativo da economia japonesa, que levou a maior parte das praças na Ásia a fechar no vermelho. Esses fatores ofuscaram o dado positivo sobre a criação de empregos nos Estados Unidos em março, levando o índice pan-europeu Stoxx 600 e encerrar em queda de 1,30%, aos 333,15 pontos. Na semana, o índice acumula queda de 0,70%.

Os mercados acionários europeus abriram com um impulso negativo do pregão asiático, onde várias praças fecharam o dia no vermelho após uma pesquisa trimestral do banco central japonês (BoJ, na sigla em inglês), conhecida como Tankan, apontar que a confiança de grandes fabricantes caiu a 6, metade do indicado pela sondagem anterior. A expectativa dos analistas era de declínio a 8.

Outro fator que pesou sobre as ações foi o recuo mais acentuado do petróleo. Em entrevista à Bloomberg, o príncipe Mohammed bin Salman, segundo na linha de sucessão da Arábia Saudita, afirmou que o país apenas congelará sua produção caso o Irã e outros importantes produtores façam o mesmo.

Os comentários elevaram os temores de que o acordo de congelamento esteja ameaçado, levando os contratos do Brent na Intercontinental Exchange (ICE) a cair mais de 4% e pressionando papéis do setor de energia, como os da britânica BP (-1,81%) e da francesa Total (-3,18%).

Dados divulgados hoje tanto na Europa como nos Estados Unidos tiveram impacto menor sobre as ações. No velho continente, o índice dos gerentes de compras do setor (PMI) industrial avançou a 51,6 em março, de 51,2 em fevereiro. Apesar da alta, a média do indicador nos primeiros três meses foi de 51,7, a menor em um ano.

Nos Estados Unidos, o aguardado relatório mensal de emprego mostrou que a economia do país gerou 215 mil vagas em março, número levemente acima da expectativa de 213 mil dos analistas. Já o salário médio por hora cresceu 0,28% no período, pouco menos do que a alta de 0,30% esperada. Além disso, a entrada de mais norte-americanos no mercado de trabalho levou a taxa de desemprego a subir de 4,9% para 5,0% no período.

Mais trabalhadores significam “mais consumidores em potencial, pessoas que provavelmente gastarão mais com suas casas, o que é bom para o PIB”, disse Kully Samra, diretor-gerente da consultoria Charles Schwab.

Em Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 0,47%, aos 6.146,05 pontos, pressionado também pelo setor de mineração, cuja sorte está ligada aos movimentos do petróleo. Glencore fechou com desvalorização de 4,80%, enquanto Anglo American cedeu 2,48%; Na semana, por outro lado, o índice acumulou alta de 0,65%.

Em Paris, o CAC-40 encerrou aos 4.322,24 pontos, queda de 1,43% no dia e 0,17% na semana. Já em Frankfurt, o DAX fechou aos 9.794,64 pontos, queda de 1,71% no dia e 0,58% na semana. Contrariando a tendência geral, os papéis da Thyssenkrupp tiveram valorização de 4,93% após relatos de que o conglomerado está negociando com a indiana Tata Steel a junção de suas operações na Europa.

Na Itália, o índice FTSE-Mib da bolsa de Milão fechou aos 17.776,84 pontos, queda de 1,88% no dia e 2,14% na semana. Na Espanha, o Ibex-35 da bolsa de Madri encerrou aos 8.602,30 pontos, recuo de 1,38% na sessão e 2,13% na semana. Em Portugal, o PSI-20 da bolsa de Lisboa fechou aos 4.989,78 pontos, desvalorização de 0,61% no dia e 2,13% na semana.(Com informações da Dow Jones Newswires)

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