Os profissionais da área de renda fixa apontaram nesta sexta-feira, 1, uma série de motivos para justificar o recuo das taxas dos contratos futuros de juros, que se consolidou durante a tarde. A baixa do dólar ante o real, a melhora do cenário externo e a nova fase da Operação Lava Jato acabaram definindo o movimento.
No fim da sessão regular na BM&FBovespa, a taxa do DI para janeiro de 2017 marcava 13,780%, ante 13,885% de ontem, enquanto o vencimento para janeiro de 2018 indicava 13,54%, ante 13,72%. Na ponta mais longa, o vencimento para janeiro de 2021 indicava 13,72%, ante 13,91%.
Pela manhã, as taxas futuras até chegaram a subir em alguns momentos, quando o dólar mostrava grande volatilidade. O recuo do petróleo no exterior e preocupações em torno da economia global também influenciavam as taxas.
No fim da manhã, porém, os juros já haviam zerado os ganhos para, na sequência, se firmarem em baixa. A queda firme do dólar ante o real à tarde e a melhora do cenário externo contribuíram para isso, de acordo com profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O cenário político também fazia preço, em função da 27ª fase da Operação Lava Jato, lançada hoje, a Carbono 14. A percepção entre os profissionais do mercado era de que a investigação voltava a fechar o cerco em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que seria ruim para a sustentação do governo Dilma Rousseff.
Na ponta curta de juros, as apostas em um possível corte da Selic (a taxa básica de juros) no encontro de abril do Copom foram praticamente zeradas. Mas ainda assim o mercado acredita que uma redução da Selic pode vir em encontros posteriores, talvez já em junho. Isso a despeito de, em entrevista ao Broadcast, fonte da equipe econômica ter afirmado hoje que, com o mercado inflexível sobre o corte de juros, o BC precisa ter “paciência”.