A ação firme do Banco Central foi fundamental para levar o dólar à vista à sua segunda queda consecutiva nesta sexta-feira, 25, de volta ao patamar inferior aos R$ 4. Depois de três leilões promovidos pelo BC, no período da manhã, a moeda norte-americana fechou em queda de 1,90%, cotada a R$ 3,969.
A ofensiva do BC contra a escalada do dólar ganhou força na quinta-feira, com um discurso inesperado do presidente da instituição, Alexandre Tombini, que tratou de afastar as especulações que vinham causando pânico nos mercados. Na sequência, os anúncios de leilões do BC e do Tesouro consolidaram a tendência de baixa verificada nos mercados desde a tarde de ontem.
O Banco Central vendeu US$ 2 bilhões em dois leilões extraordinários de swap cambial e também ofertou US$ 1 bilhão em empréstimos de linha (venda com recompra programada) pela manhã. As operações foram suficientes para derrubar o dólar à vista, mas não o contrato futuro de câmbio, que já havia antecipado esse movimento na véspera, diante do anúncio das intervenções. No mercado futuro de câmbio, o dólar para liquidação em outubro subia 0,82% às 16h54, a R$ 3,978.
A ação coordenada do BC e do Tesouro foi bem recebida no mercado, por ser interpretada como uma mensagem de que a autoridade monetária tem munição suficiente para conter movimentos especulativos de mercado e que não está disposta a deixar o dólar avançar de maneira irracional. Apesar da aprovação às intervenções, é consenso no mercado que essas ações são instrumentos paliativos, que buscam conter os ânimos enquanto o governo busca recuperar o controle no campo político, para poder avançar no ajuste fiscal.