A ação firme do Banco Central e do Tesouro Nacional foi fundamental para levar os juros à sua segunda queda consecutiva nesta sexta-feira, 25. Alinhado à estratégia do BC, que promoveu leilões no mercado de câmbio, o Tesouro Nacional promoveu leilões de compra e venda de títulos e garantiu também a queda das taxas de juros negociadas no mercado futuro.
A ofensiva contra a escalada do dólar e dos juros ganhou força ontem, com um discurso inesperado do presidente do BC, Alexandre Tombini, que tratou de afastar as especulações que vinham causando pânico nos mercados. Na sequência, os anúncios de leilões consolidaram a tendência de baixa verificada nos mercados desde a tarde de ontem.
O Tesouro Nacional iniciou hoje os leilões diários de venda e compra de NTN-Fs em seis vencimentos, entre 2017 e 2025, que vão acontecer até 2 de outubro. Nessa operação, foram vendidos 35 mil títulos para 1/1/2025 e recomprados 350 mil títulos para o mesmo vencimento. A operação conjunta do BC e do Tesouro arrefeceu a alta das taxas futuras, que se afastaram das máximas do dia e aceleraram a queda no final dos negócios.
A ação coordenada do BC e do Tesouro foi bem recebida no mercado, por ser interpretada como uma mensagem de que a autoridade monetária tem munição suficiente para conter movimentos especulativos de mercado. Apesar da aprovação às intervenções, é consenso no mercado que essas ações são instrumentos paliativos, que buscam conter os ânimos enquanto o governo busca recuperar o controle no campo político, para poder avançar no ajuste fiscal.
Nos negócios na BM&FBovespa, o Depósito Interfinanceiro (DI)com liquidação em janeiro de 2016 fechou com taxa de 14,63%, contra 14,67% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2017, o mais negociado, teve a taxa reduzida de 15,67% do ajuste da quinta-feira para 15,59% hoje. A taxa do DI de janeiro de 2019 fechou em 15,91%, contra 16,12% do ajuste de ontem. O vencimento mais longo, de janeiro de 2021, ficou com taxa de 15,73%, de 16,00% do ajuste anterior.