A deterioração do ambiente de consumo no Brasil foi capturada numa pesquisa do Credit Suisse com residentes em nove países emergentes. Nesse grupo, que inclui Índia, China, México e Rússia, entre outros, as expectativas dos consumidores brasileiros aparecem entre as mais pessimistas. Num ranking que levou em conta vários fatores que compõem a confiança para o consumo, o Brasil ficou com o sétimo lugar, perdendo várias posições em relação ao ano passado, quando era o segundo.
“Embora haja algumas oportunidades de longo prazo atraentes no Brasil, o fato é que, no curto e médio prazos, toda a situação macroeconômica e política teve um impacto dramático no sentimento dos consumidores”, aponta o analista Tobias Stingelin em relatório. “Não é uma surpresa que o cenário para 2016 permaneça difícil”, disse.
O estudo entrevistou 16 mil consumidores nesses países em 2015 e o Brasil se destacou negativamente. Questionados se consideravam que o momento atual era bom para fazer alguma grande compra, 52% dos brasileiros disseram que não, porcentual muito superior à média de todos os países pesquisados, que foi de 9,1%.
Quando questionados sobre se esperavam uma melhora em suas finanças pessoais nos próximos seis meses, apenas cerca de 10% dos consumidores brasileiros responderam positivamente, ante um porcentual próximo de 50% em 2014. Neste critério, a expectativa dos brasileiros só não é pior que a dos sul-africanos e dos russos. Ao responderem sobre a possibilidade de a inflação aumentar nos próximos doze meses, mais da metade dos brasileiros concordou, índice que só perde para o da África do Sul.
“No passado, os brasileiros estavam sempre entre os consumidores mais otimistas, até mesmo no começo de 2015, mas agora os brasileiros aparecem abaixo da média em quase todos os componentes da confiança dos consumidores”, escreveram Stingelin e Giovana Oliveira no relatório. A baixa confiança no Brasil é associada pelo banco ao cenário de inflação e enfraquecimento da moeda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.