Na primeira semana com dados coletados no mercado já sob a gestão Michel Temer, a mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2016 ficou estável no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 16, pelo Banco Central (BC). A taxa está em 7,00%, mesmo valor projetado na pesquisa divulgada na semana passada, ainda abaixo dos 7,08% de quatro semanas atrás.
O foco do Banco Central para alcançar a meta de inflação de 4,5% não é mais 2016, mas sim 2017. No caso do ano que vem, a mediana caiu de 5,62% para 5,50%. Há quatro semanas estava em 5,93%.
No Top 5, grupo de analistas que mais acerta as projeções, o ponto central da pesquisa para 2016 registrou alta, passando de 6,92% para 7,16%. Há quatro semanas, essa mediana estava em 7,06%. Para 2017, o grupo manteve a perspectiva para o IPCA de 5,50%. Há quatro edições do boletim Focus, estava em 6,20%.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado em março, a estimativa do BC para o IPCA de 2016 estava em 6,6% no cenário de referência e 6,9% no cenário de mercado.
Para a inflação de curto prazo, a estimativa para maio teve uma leve alta, de 0,52% para 0,55% de uma semana para outra, ante taxa de 0,50% verificada há um mês. No caso de junho, a taxa foi de 0,34% para 0,31%. Quatro semanas atrás estava em 0,35%. Já as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente caíram, passando de 6,15% para 6,09% – quatro edições atrás estavam em 6,38%.
Preços administrados
As projeções do mercado financeiro para os preços administrados de 2016 foram mantidas no Relatório de Mercado Focus. A mediana das expectativas para este ano ficou em 7,00%, mesmo valor da semana passada. Estava em 7,20% há quatro semanas.
O Banco Central conta com uma forte desaceleração dos preços monitorados pelo governo para deixar o IPCA abaixo do teto da meta em 2016. Para 2017, a mediana das estimativas para os preços administrados permaneceu em 5,50% – há quatro semanas estava em 5,70%.
Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada no início deste mês, o Banco Central informou que projeta uma alta de 6,8% nos preços administrados em 2016, ante uma previsão anterior de elevação de 5,8%. Entre outros fatores, essa projeção considera reajuste médio de 19,0% nas tarifas de água e esgoto, de 12,8% nos preços dos medicamentos e redução de 3,2% nos preços da energia elétrica. Para 2017, a expectativa apresentada é de uma alta de 5,0%.
IGPs e IPC-Fipe
As previsões para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de 2016, que ficaram em 7,03% no Relatório de Mercado Focus da semana passada, foram revisadas para cima no documento. A mediana para o indicador deste ano foi para 7,10% – um mês atrás estava em 7,22%. No caso do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de 2016, a taxa mediana foi de 7,35% para 7,34%, contra a expectativa de 7,43% apresentada um mês atrás.
Para 2017, a previsão central da pesquisa Focus para o IGP-DI ficou em 5,60%, ante 5,59% da semana passada – há um mês, estava em 5,50%. Em relação ao IGP-M, o ponto central da pesquisa ficou em 5,67%. Na semana passada estava em 5,60% e há um mês, em 5,50%.
A estimativa para o IPC-Fipe, que mede a inflação para as famílias de São Paulo, teve alta, ao oscilar de 7,04% para 7,14% de uma semana para outra dentro do horizonte de 2016 – um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 7,39%. Para 2017, a expectativa passou de 5,50% para 5,30% – estava em 5,40% um mês atrás.