O governo e os acionistas do IRB Brasil Re estudam uma alternativa à oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), que não avançou por conta das condições de mercado, de acordo com o presidente do ressegurador, José Carlos Cardoso. O modelo a ser escolhido, conforme antecipou na segunda-feira, 4, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, pode ser a venda de uma participação na companhia para investidores estratégicos ou não, de acordo com ele.
O presidente do IRB não confirmou, contudo, se há ofertas já feitas por possíveis interessados nem quanto será ofertado. Na época do IPO, falava-se em 40% a ser ofertado no mercado e todos os acionistas iriam se desfazer de parte dos papéis em uma operação que poderia movimentar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões, recursos que seriam usados no âmbito do ajuste fiscal do governo.
Segundo Cardoso, o assunto está sendo discutido no âmbito dos acionistas do ressegurador. Além do governo, que tem 27% da companhia, estão no bloco de controle da empresa o Itaú, o Bradesco, o Banco do Brasil (via a BB Seguridade), além de um fundo da Caixa.
Na época do IPO do IRB, segundo fontes de mercado, alguns fundos de private equity, que compram participações em empresas, demonstraram interesse no IRB, além de players do mercado, como Swiss Re e Munich Re. Agora, conforme as mesmas fontes, é mais provável que os fundos tenham apetite pelo ressegurador.
O presidente não comentou sobre possíveis interessados, mas ressaltou que os resultados do IRB devem sustentar demanda dos investidores. Sem dar números, falou que o primeiro trimestre “veio em linha” tanto em termos de resultados operacionais como financeiros, impulsionados pelos juros.
A abertura de capital do IRB, fundado em 1939 e que por 70 anos teve o monopólio do mercado, é tida como o último passo do seu processo de privatização. O IPO foi aprovado pelo conselho de desestatização da companhia e deveria ocorrer até 2018.