A volatilidade permeou os negócios no mercado de juros nesta terça-feira, 29, tendo influências de diferentes naturezas. Fatores técnicos, políticos e econômicos influenciaram o mercado ao longo de todo o dia, mas as taxas acabaram por fechar em baixa, acompanhando a tendência do dólar.
Depois de uma manhã de alta, as taxas inverteram a tendência no início da tarde e se consolidaram em baixa após a divulgação dos dados do Governo Central em agosto, que indicaram déficit de R$ 5,08 bilhões em agosto. O dado veio melhor que o esperado, uma vez que as estimativas variavam entre déficit de R$ 6,5 bilhões e de R$ 19 bilhões. A notícia levou o dólar às mínimas, com influência direta sobre as taxas.
O cenário político também trouxe influência positiva aos negócios, com a notícia de que a presidente Dilma Rousseff ofereceu sete ministérios ao PMDB na reforma política, alimentando as expectativas de recomposição da base de apoio do governo. No entanto, a presidente só deve fazer qualquer anúncio após a sessão conjunta do Congresso que apreciará os seis vetos presidenciais ainda não analisados, inclusive o que barra o reajuste salarial de servidores do Judiciário. A estratégia busca evitar que parlamentares da base eventualmente descontentes com a reforma ministerial votem contra o governo na sessão de apreciação dos vetos.
Nos negócios na BM&F, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2016 fechou a 14,795%, contra 14,91% do ajuste da segunda-feira. O vencimento de janeiro de 2017, o mais negociado, terminou o dia com taxa de 15,90%, de 16,15% do ajuste anterior. O DI de janeiro de 2019 ficou em 16,25%, de 16,61%. Na curva mais longa da curva, o vencimento de janeiro de 2021 teve a taxa reduzida de 16,42% para 16,10%.