As principais bolsas da Europa encerraram o pregão desta quarta-feira, 30, em forte alta, mas o movimento foi incapaz de salvar os mercados acionários do continente de ter o pior trimestre em quatro anos.
O índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 2,52% hoje, para 347,77 pontos. No trimestre, no entanto, a baixa acumulada foi de 8,80%, o pior desempenho desde o terceiro trimestre de 2011.
A sessão desta quarta-feira na Europa foi influenciada pelos ajustes de carteiras no final do trimestre e por dados de inflação da zona do euro em setembro.
Segundo a Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro caiu 0,1% em setembro ante igual mês do ano passado, após mostrar ganho anual de 0,1% em agosto.
A queda do CPI foi a primeira desde que o Banco Central Europeu (BCE) iniciou seu programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), em março. A medida prevê a compra mensal de até 60 bilhões de euros em ativos até setembro de 2016.
Com o recuo apresentado hoje e a conjuntura econômica internacional fraca, alimentam-se as especulações de que o BCE pode estender o período de duração do QE, o que é visto como positivo pelo mercado acionário. “Ainda assim, esperamos que o BCE espere por mais dados até dezembro e anuncie a expansão do relaxamento quantitativo no primeiro trimestre de 2016”, comentou, em nota, Pernille Bomholdt Henneberg, analista do Danske Bank.
O dado de inflação da zona do euro enfraqueceu a moeda comum, o que é positivo para empresas exportadoras da Alemanha. Os papéis da BASF fecharam em alta de 2,49% e os da Infineon Technologies subiram 5,21%. A bolsa de Frankfurt avançou 2,22% na sessão, para 9.660,44 pontos, mas acumulou baixa de 11,74% no trimestre.
Em Paris, o dia foi de recuperação das ações de montadoras, altamente afetadas pelo escândalo de emissões da Volkswagen. Os papéis da Peugeot subiram 6,41% e os da Renault ganharam 2,04%. O índice CAC-40 avançou 2,57% no pregão, para 4.455,29 pontos, mas teve queda trimestral de 6,99%.
A aposta de extensão das medidas de estímulo na zona do euro deu suporte aos ganhos dos bancos italianos. Os papéis do Intesa Sanpaolo tiveram alta de 2,94% e os do Unicredit subiram 3,34%. A bolsa de Milão avançou 2,74% nesta quarta-feira, para 21.294,98 pontos. O índice FTSE-MIB foi o que teve a baixa trimestral menos acentuada do continente: 5,19%.
Em Londres, as ações da Glencore – altamente afetadas nas últimas sessões pelas dúvidas em relação à capacidade de financiamento da empresa – dispararam 14,08%. O índice FTSE-100 terminou na máxima aos 6.061,61 pontos (+2,58%). No trimestre, a perda da bolsa londrina foi de 7,04%.
A bolsa de Madri fechou em alta de 1,77%, aos 9.559,90 pontos. No trimestre, o índice IBEX-35 recuou 11,23%.
Em Lisboa, o índice PSI-20 subiu 3,08%, para 5.047,29 pontos, mas acumulou baixa trimestral de 9,09%. (Com informações da Dow Jones Newswires)