Economia

Bolsas europeias caem, pressionadas por commodities e cautela com Japão e BCE

As principais bolsas europeias fecharam em queda nesta quinta-feira, 7. O recuo nas commodities penalizou as ações de companhias desse setor e, além disso, declarações de autoridades do Banco Central Europeu (BCE) reforçaram a cautela entre os investidores, que já se preocupavam com os sinais vindos do Japão. A fala de dirigentes do BCE penalizou especialmente o setor bancário europeu. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 3,14 pontos (0,95%), em 327,51 pontos.

No Japão, a forte valorização do iene preocupou investidores pelo mundo. Mesmo com a série de medidas de Tóquio, a economia e a inflação não ganham impulso no país. Além disso, a valorização do iene afeta negativamente companhias locais. Nesta manhã, o dólar tocou o menor nível em quase 18 meses ante a moeda japonesa, diante da maior busca por ativos mais seguros. Um porta-voz do governo japonês disse que podem ser adotadas medidas, a depender do comportamento do mercado cambial, mas há dúvidas sobre a chance de uma eventual intervenção no câmbio.

Além do quadro do Japão e sua moeda, os investidores mantiveram o foco nas commodities. O petróleo já caía mais cedo, em um dia de volatilidade nos negócios, após os contratos em Londres e Nova York subirem mais de 5% ontem, diante de um recuo nos estoques dos EUA. No fim da manhã de hoje, porém, a consultoria Genscape informou que os estoques em Cushing, importante centro de distribuição norte-americano, haviam aumentado na semana até 5 de abril, o que pressionou mais o petróleo. Entre as petroleiras europeias, BP caiu 0,07% em Londres e Total recuou 0,77% em Paris.

Outra commodity que teve fraqueza foi o cobre, que recuou diante de preocupações com a China. Há o temor de que o país passe a exportar mais seus estoques, em um momento de desaceleração econômica. A aversão ao risco em geral entre os investidores hoje também penalizou o metal. Entre as mineradoras em Londres, Glencore caiu 5,8%, após JPMorgan Cazenove rebaixar a recomendação da ação, Antofagasta recuou 2,65%, Anglo American perdeu 3,14% e Rio Tinto caiu 0,88%. A companhia do setor de metais e mineração First Quantum Minerals teve baixa de 16,74%, após o papel ser rebaixado por JPMorgan Cazenove.

No caso do BCE, a ata da última reunião de política monetária indicou que novos choques econômicos podem justificar mais ações, entre elas cortes nos juros. O presidente do BCE, Mario Draghi, e o vice, Vítor Constâncio, reafirmaram o compromisso de combate à inflação baixa. A comunicação do BCE em geral mostrou cautela, um dia após a ata do Federal Reserve, o BC dos EUA, dar sinais na mesma direção.

Diante desse contexto, o dia foi negativo na bolsa de Londres, onde o índice FTSE-100 fechou em baixa de 0,40%, em 6.136,89 pontos. Uma exceção positiva foi a Randgold, que subiu 3,1%, beneficiada pela maior busca por segurança que impulsionou o ouro.

Em Frankfurt, o índice DAX caiu 0,98%, para 9.530,62 pontos. Houve cautela no setor bancário, diante dos potenciais efeitos negativos das taxas de juros negativas para as instituições. A ação do Deutsche Bank caiu 2,97% e a do Commerzbank, 2,55%.

O índice CAC-40, da bolsa de Paris, fechou em baixa de 0,90%, em 4.245,91 pontos. Nesse mercado também os possíveis efeitos ruins das taxas de juros negativas para os bancos prevaleceu: BNP Paribas recuou 3,8% e Société Générale teve baixa de 3,5%.

O setor bancário foi bastante penalizado na bolsa de Milão, onde o índice FTSE-Mib recuou 2,45%, para 16.818,25 pontos. Intesa Sanpaolo caiu 3,31%, UniCredit, 5,92%, e Monte dei Paschi di Siena, 8,09%. Eni, do setor de energia, caiu 1,99%.

Em Madri, o índice Ibex-35 recuou 1,26%, para 8.292,90 pontos. Santander teve baixa de 1,73%, Banco de Sabadell recuou 2,75% e BBVA perdeu 2,63%. Na bolsa de Lisboa, o PSI-20 recuou 1,79%, para 4.761,77 pontos. Banco Comercial Português caiu 4,86% e o Banco BPI, 0,95%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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