As incertezas do cenário político levaram o dólar a fechar em alta de 1,24% nesta quinta-feira, 7, cotado a R$ 3,6855 no mercado à vista. As notícias do dia não animaram o mercado de câmbio, onde a redução das apostas no impedimento voltou a incentivar a compra de dólares. Pesa a percepção de que as articulações do governo para sustentar o mandato de Dilma possam de fato surtir efeito. Além disso, há ainda dúvidas quanto ao eventual substituto da presidente, uma vez que, por determinação do STF, será formada uma comissão para analisar o pedido de impeachment do vice Michel Temer.
Entre as notícias do dia, também foi destaque a confirmação da eleição de Gilmar Mendes para a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde tramita ação pela impugnação da chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014. Complementa esse quadro a notícia de que executivos da Andrade Gutierrez afirmaram em delação premiada que a segunda maior construtora do País fez doações à campanha usando dinheiro de propina.
Em meio às incertezas, o dólar subiu durante todo o dia. Na mínima da sessão, às 9h54, marcou R$ 3,6484 (+0,22%) e, na máxima, às 13h19, atingiu R$ 3,7130 (+1,99%). No pico do dia, a moeda refletiu ainda movimento de zeragem, no intraday, de posições vendidas de alguns players.
Pela manhã, o Banco Central realizou leilão de até 20 mil contratos de swap cambial reverso (US$ 1 bilhão), em operação cujo efeito é equivalente à compra de dólares no mercado futuro. No entanto, apenas 8,5 mil contratos (US$ 422,8 milhões) foram colocados. No fim da manhã, a instituição vendeu outros 5,5 mil contratos de swap tradicional (US$ 268 milhões) para rolagem dos vencimentos de maio.