O Ministério da Cultura e a Agência Nacional do Cinema vão lançar em 2016 um edital para o desenvolvimento de jogos eletrônicos na indústria nacional. “É uma ação que está em construção e parte da premissa de que há um importante mercado de jogos no Brasil. O País é um grande usuário e consumidor, mas nós temos aqui poucos jogos brasileiros desenvolvidos”, disse, nesta quinta-feira, 1, Manoel Rangel, diretor-presidente da Ancine.
O edital ainda está em elaboração, mas vai contemplar exclusivamente empresas brasileiras. “A ideia é investir no desenvolvimento de jogos eletrônicos que trabalhem a cultura brasileira no interior deles”, disse Rangel. “O Brasil tem uma grande capacidade de desenvolvimento de indústria de visualização que responde para a animação, jogos e importantes programas de pesquisa. Por exemplo, a Petrobras usa programas de visualização. Buscamos sinergia e uma ampliação do mercado audiovisual.”
Além do edital de jogos eletrônicos, o MinC anunciou um calendário de outros oito editais contemplando núcleos criativos, produção de longas-metragens e de TVs públicas, entre outros, até o fim do ano. Já para 2016 também serão publicados outros 13 editais que incluem produções culturais em cooperações internacionais com países como Itália, Argentina, Uruguai e Portugal. Ao todo, está previsto um investimento de R$ 642 milhões do Fundo Setorial do Audiovisual para cobrir esses editais até 2016. “As ações integram o segundo ano do Programa Brasil de Todas as Telas.”
Para o ano que vem, a intenção da Ancine e do MinC é desenvolver 250 projetos; produzir 270 longas e 350 séries e telefilmes; além de tornar viável a construção de 100 novas salas de exibição e a produção de 20 jogos eletrônicos.
O ministério anunciou ainda que, até o fim do ano, o Brasil ultrapassará a marca de 3 mil salas de cinema. “Nós estamos em um processo de franca recuperação do parque de exibição. O Brasil, no seu tempo áureo, teve 3,5 mil salas de cinema só que essas salas eram pouco confortáveis, muito longe do que é o parque atual”, disse Rangel.
De acordo com o MinC, os programas não ficam ameaçados pelo ajuste fiscal do governo já que os recursos do Fundo são oriundos do próprio setor que não sofreu grandes oscilações esse ano. “Os recursos com os quais nós operamos são recolhidos na atividade do audiovisual. Esses montante continua entrando. Nós não oneramos o caixa da União”, explicou o diretor-presidente da Ancine.