O presidente da Associação Brasileira de Rádio e TV (Abert), Daniel Slavieiro, defendeu nesta terça-feira, 6, o adiamento do cronograma de digitalização das transmissões de TV no País, que começa em 2016 e vai até o fim de 2018.
“Quando o cronograma da digitalização foi feito, a conjuntura econômica era outra. Hoje a população e as famílias estão pressionadas pelo desemprego e pela inflação. Os beneficiários do Bolsa Família receberão um “set-top box” do governo, mas as demais famílias terão que pagar do próprio bolso um conversor digital”, afirmou, na abertura do 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão.
Segundo ele, os radiodifusores não querem que o sinal analógico não seja desligado, mas que a transição seja feita de forma mais segura e responsável possível. Slavieiro disse que a alta do dólar também é mais um agravante para a compra dos equipamentos digitais pelas emissoras.
“Defendemos que desligamento do sinal analógico seja desatrelado da entrega da frequência de 700 megahertz para as empresas de telecomunicações que venceram o leilão de 4G do ano passado. Temos que concentrar os escassos recursos nas regiões metropolitanas das regiões sul e sudeste, onde há conflito de ocupação na frequência”, defendeu.
Slavieiro também pediu que o governo decida rapidamente os preços para as licenças que as rádios AM precisarão pagar para migrarem para o modelo FM, único hoje viável comercialmente. O Ministério das Comunicações pretende concluir a primeira rodada de outorgas ainda este ano, mas não divulgou os preços para o processo.
O presidente da Abert voltou a defender a flexibilização da veiculação do programa A Voz do Brasil, todos os dias às 19h. “Não dá mais para um entulho da década de 30 continuar privando os ouvintes de seu direito de escolha”, concluiu.