Economia

Para OCDE, governo tem que ser claro na mensagem sobre comprometimento com fiscal

O secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), José Ángél Gurría, reiterou a necessidade de o governo brasileiro e sua equipe econômica emitirem mensagens claras de seu comprometimento com a estabilização da dívida pública. O secretário, que participa na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) do seminário “Uma Agenda Positiva para o Brasil”, disse entender que a reconquista da confiança está entre os elementos que contribuirão para comprimir a taxa de juro no País.

“Com o elemento da confiança, a taxa de juros se comprime e aí começa o ajuste fiscal”, disse Gurría, acrescentando que com a elevação da taxa de juros o Brasil se meteu em um círculo vicioso e perigoso. De acordo com ele, este círculo perigoso decorre do aumento de juros para pagar a dívida e do aumento da dívida para pagar juros. “Esses são os dois elementos que mantêm a dívida alta”, explicou.

Portanto, de acordo Gurría, é preciso que os brasileiros se concentrem nas causas que levam à alta de juros e ao tão baixo crescimento da economia.

Perguntado sobre o que pensa sobre a proposta do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para se aumentar impostos, o secretário da OCDE foi menos enfático, mas deixou transparecer que diante da situação econômica, se necessário, o governo não terá como evitar a CPMF.

Sobre a movimentação para uma eventual abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, com quem se encontrou ontem em Brasília, Gurría disse se tratar de uma questão interna do Brasil. Limitou-se apenas a dizer que não só a OCDE mas todo o mundo torce para que a legislação brasileira seja aplicada corretamente.

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