Em um ambiente de negócios bastante reduzido, os juros negociados no mercado futuro mais uma vez se descolaram do câmbio e, desta vez, subiram. A baixa liquidez favoreceu a volatilidade das taxas nesta quinta-feira, 5, dia de poucas notícias. O gatilho para o avanço dos juros veio, no entanto, de declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes.
Pela manhã, as taxas dos contratos de Depósito Interfinaneiro (DI) negociadas na BM&FBovespa rondaram a estabilidade, depois de uma sessão de quedas na véspera. Até então, o mercado acompanhava o cenário internacional, que digeria a sinalização de aumento de juros nos EUA ainda em 2015 e a divulgação de indicadores negativos, como o aumento dos pedidos de auxílio-desemprego naquele país.
Os ajustes para cima coincidiram com a entrevista do diretor do BC. Lopes confirmou oficialmente que a meta de inflação de 4,5% foi deslocada de 2016 para 2017, mas ressaltou que o BC não jogou a toalha no que diz respeito à meta. Segundo apresentação feita por Lopes, “o Banco Central adotará as medidas necessárias para o cumprimento dos objetivos do regime de metas e para trazer a inflação à meta de 4,5% ao ano em 2017”.
Segundo profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a fala de Lopes não trouxe grandes novidades em relação às sinalizações da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), mas contribuiu para um ajuste de alta das taxas após os tombos recentes, que também se deram em meio à baixa liquidez.
No fechamento dos negócios no horário regular, o DI com vencimento em janeiro de 2016 teve taxa de 14,255%, ante 14,245% no ajuste de quarta-feira. O DI de janeiro de 2019 fechou com taxa de 15,72%, frente aos 15,65% do ajuste anterior. Já o vencimento de janeiro de 2021 avançou de 15,52% para 15,57%.