A cautela com o cenário político às vésperas do feriado de Corpus Christi limitou os ganhos na Bovespa, que fechou em alta de 0,28% (49.482,85 pontos), depois de ter subido mais de 2% pela manhã. O mercado iniciou o dia animado pela aprovação da nova meta fiscal de 2016 e pelo bom desempenho do mercado internacional. Mas perdeu fôlego com temores de que novas gravações de conversas de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, fossem reveladas nos próximos dias. O volume de negócios na bolsa continuou reduzido, totalizando R$ 5,51 bilhões, em outro sinal de prudência do investidor.
Pela manhã, a alta das commodities no mercado internacional, somada ao alívio com a aprovação da nova meta fiscal, que prevê um déficit de R$ 170,5 bilhões do Governo Central, levou o Ibovespa ao patamar máximo de 50.357 pontos (2,05%). Com petróleo e metais em alta, as ações da Petrobras, da Vale e de siderúrgicas reagiram com ganhos significativos, que em boa parte se sustentaram até o final do dia. As ações da Petrobras terminaram o dia em alta de 0,09% (ON) e de 1,64% (PN), em sintonia com a valorização do petróleo em Nova York (+1,93%) e em Londres (+2,32%). Os papéis da Vale avançaram 4,28% (ON) e 2,47% (PNA), acompanhando os ganhos de outras mineradoras pelo mundo.
A perda de fôlego começou justamente a partir do pico atingido pelo Ibovespa, pouco depois das 11h30, quando o dólar abandonou a trajetória de baixa e passou a subir, acompanhado de perto pelo mercado futuro de juros. Às 15h30, o Ibovespa chegou a voltar a tocar a estabilidade, quando os mercados de câmbio e juros passaram a precificar com mais força os rumores de que revelações comprometedoras implicariam novos membros do governo.
O setor bancário foi destaque negativo hoje, o que contribuiu para limitar a alta da Bovespa. Itaú Unibanco PN, ação de maior peso na composição do Ibovespa, terminou o dia em baixa de 0,46%. Bradesco PN caiu 0,41% e Santander Unit recuou 0,33%. A exceção ficou com Banco do Brasil ON, que subiu 2,94%, recuperando parte das perdas de ontem (-5,39%), geradas pela expectativa de venda de ações do governo no Fundo Soberano do Brasil (FSB), que será extinto.