A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos está negociando os preços do aluguel com varejistas e companhias aéreas para garantir uma boa ocupação do seu novo terminal de passageiros. Em meio à crise na economia e no setor aéreo, a concessionária finaliza as obras do terminal, previstas para serem concluídas em dezembro, 19 meses após o prazo definido no contrato de concessão.
O espaço recebe desde o fim do ano passado os passageiros dos voos internacionais que partem de Viracopos. Além da Azul, operam no terminal a Gol, a portuguesa TAP e a panamenha Copa.
As empresas, no entanto, estão revisando planos de oferta de voos no aeroporto de Campinas, o que deve trazer menos passageiros do que o projetado há um ano nos voos internacionais. A Azul colocou na geladeira os planos de voar para Nova York, e a Copa anunciou que vai suspender sua operação no aeroporto a partir de dezembro, em função da fraca demanda.
“Estamos concedendo descontos aos lojistas e às empresas aéreas em função da crise. Estamos renegociando as parcelas fixas e variáveis do aluguel que eles pagam para operar no aeroporto”, disse na quinta-feira, 8, o diretor de Operações de Viracopos, Marcelo Mota, a jornalistas.
Obras
A crise das empreiteiras brasileiras afetou a concessionária que administra Viracopos nos últimos meses, após uma de suas acionistas, a UTC Participações, ter a empreiteira do grupo citada na Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras.
O crédito para financiar a obra ficou mais escasso, e a construção do novo terminal de passageiros desacelerou.
Mota disse que o problema financeiro foi equacionado com um aporte feito pelos sócios, de R$ 32 milhões, e pela liberação do mesmo valor em financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Segundo ele, só falta o acabamento do terminal, como instalação de forro em algumas áreas e troca do piso no espaço de restituição das bagagens.
Depois da conclusão das obras, prevista para dezembro, a concessionária vai transferir os voos nacionais para o novo terminal. A data da transferência depende de uma negociação com as empresas aéreas. “Temos de avaliar se faremos a transferência dos voos no meio da alta temporada ou se vamos esperar 2016”, diz Mota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.