Economia

Ministério avalia redução extrema de água em Sobradinho

A situação alarmante da falta de água do Rio São Francisco levou o Ministério de Minas e Energia (MME) a examinar uma condição extrema para garantir o mínimo de água para o reservatório de Sobradinho, na Bahia. O ministro Eduardo Braga pediu ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que avalie a possibilidade de reduzir a liberação de água de Sobradinho para apenas 400 metros cúbicos por segundo.

Para se ter uma ideia do que isso significa, trata-se de menos de um terço do volume mínimo que Sobradinho teria de entregar em condições normais, com 1.300 metros cúbicos por segundo.

Hoje, o maior reservatório da Região Nordeste está com apenas 3% de sua capacidade plena de armazenamento, índice nunca visto desde 1979, quando foi fechado no sertão baiano. “A vazão atual está em 900 metros cúbicos, mas já decidimos reduzir para 800 e estamos em estudos para que caia para 700 metros”, disse Braga.

Segundo o ministro, a previsão é de que o reservatório chegue a apenas 1% de sua capacidade. “O pior cenário é zerar. Faremos o possível para evitar isso.”

Eletrointensivos

A Hidrelétrica de Sobradinho foi escolhida pelo MME para abastecer a demanda das indústrias eletrointensivas da Região Nordeste nos próximos anos. Na Região Sudeste, os eletrointensivos serão abastecidos pela usina de Itumbiara, na divisa entre Goiás e Minas Gerais. A solução era aguardada pelas indústrias, por conta do vencimento de seus contratos com Chesf e Furnas.

Com isso, o impasse de abastecimento de energia das eletrointensivas foi resolvido, sem onerar a conta de luz da população. O acordo passa pelo prolongamento dos contratos de geração das usinas e pela criação de dois fundos, que vão financiar novos projetos nas regiões, com a arrecadação de R$ 26 bilhões no Nordeste e de mais de R$ 20 bilhões no Sudeste.

“Estamos garantindo energia competitiva para o eletrointensivo e equacionamos a situação. Estamos falando de mais de 1.500 megawatts para o eletrointensivo”, disse Braga. Os fundos serão gerenciados por um conselho formado pelos Ministérios de Minas e Energia, Fazenda e Planejamento, além da Eletrobrás e Confederação Nacional da Indústria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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