O Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos está discutindo um acordo com a chefe financeira (CFO) da Huawei, Meng Wanzhou, que permitiria que ela voltasse do Canadá para a China, em troca de admitir irregularidades em um caso criminal que prejudicou as relações de Pequim com os Washington, de acordo com pessoas familiarizadas com os planos.
Advogados de Meng, que enfrenta acusações de fraude eletrônica e bancária relacionadas a supostas violações dos sanções americanas contra o Irã em nome da Huawei, falaram com funcionários do DoJ nas últimas semanas sobre a possibilidade de chegar a um acordo, disseram as fontes.
Sob tal acordo, que os promotores geralmente usam com empresas, mas raramente concedem a indivíduos, Meng seria obrigada a admitir algumas das acusações contra ela, mas os promotores concordariam em adiar potencialmente e posteriormente retirar as acusações se ela cooperasse.
Meng tem resistido até agora à proposta, acreditando que não fez nada de errado, algumas pessoas disseram. Ela se recusou a comentar por meio de um porta-voz da Huawei. Um porta-voz do Departamento de Justiça também não quis comentar. Autoridades canadenses não retornaram imediatamente os pedidos de comentário.
Presa há dois anos enquanto trocava de avião em Vancouver, Meng ficou confinada à cidade, onde tem uma casa. Desde então, ela lutou contra a extradição para os EUA – um processo que permite vários recursos que pode levar anos para ser resolvido – e sua situação representou as tentativas de Washington de impedir a ascensão global da China.
Um acordo não apenas permitiria que ela voltasse à China, mas removeria um problema que fez com que as relações de Pequim com Ottawa se deteriorassem. Um acordo também pode abrir caminho para que a China devolva dois canadenses que foram detidos lá logo após a prisão de Meng, um fator que está motivando em parte as discussões, disseram as pessoas. Fonte: Dow Jones Newswires.