O dólar à vista abriu em alta nesta segunda-feira, 19, após a confirmação da desaceleração da China piorar o humor em relação às moedas emergentes em geral. O noticiário interno também segue no foco, depois dos rumores – já negados oficialmente pela Fazenda e pela presidente Dilma Rousseff – de saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, agitarem o fim da sessão na sexta-feira, 16.
O dólar à vista no balcão abriu a R$ 3,8740 (+0,89%) e às 9h25 estava cotado a R$ 3,8720 (+0,83%). No mercado futuro, o dólar para novembro recuava 1,16%, a R$ 3,8910.
O Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu 6,9% no terceiro trimestre, na comparação com igual período do ano anterior. O resultado veio aquém dos 7,0% registrados nos dois primeiros trimestres do ano e é a primeira vez que fica abaixo dos 7% desde 2009. Mesmo assim, superou a previsão dos analistas, de expansão de 6,8%. Na comparação com o trimestre anterior, o crescimento chinês foi de 1,8%, expansão mais forte do que a registrada entre abril e junho (1,7%). Já a produção industrial cresceu 5,7% em setembro, ante projeção de +5,9%, enquanto as vendas de moradias avançaram 15,6%, uma forte desaceleração em relação à expansão de 31,5% no mês anterior.
Enquanto isso, seguem as notícias em torno do destino de Levy. Após rumores de que ele teria entregue uma carta de demissão para a presidente Dilma Rousseff na sexta-feira, no fim de semana o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que a atual política econômica está “errada” e que o ministro deve sair se não quiser promover mudanças.
Da Suécia, onde está em visita oficial, Dilma reagiu irritada e disse que Levy fica. “Ele (Levy) não está saindo do governo. Ponto. Eu não trato mais desse assunto. Qualquer coisa além disso está ficando especulativo”. E acrescentou: “O presidente do PT pode ter a opinião que ele quiser. Mas não é a opinião do governo. Se eu disse que não é a opinião do governo, o ministro Levy fica.”
Mesmo assim, para muitos analistas a situação de Levy, constantemente alvejado pelo “fogo amigo”, está ficando insustentável. “Dilma não deve ceder às pressões de Lula e do PT para mudar o curso da economia, mas o ministro Levy não deve continuar no cargo além do início de 2016”, avalia a consultoria Eurasia Group. “Isso, combinado com o fato de que o Congresso irá focar mais na política de impeachment do que de reformas fiscais, sugere que a crise deve se aprofundar nos próximos dois meses”, acrescenta.