O mercado futuro de juros teve uma terça-feira, 20, de baixa liquidez, o que favoreceu a volatilidade das taxas, que fecharam em baixa. O dia da primeira etapa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) foi de noticiário político escasso, e as oscilações foram influenciadas por fatores externos e pelo desempenho também volátil do dólar.
Nos EUA, havia expectativa com os dados de construções de moradias em setembro, que subiram 6,5% ante agosto, para a taxa anual sazonalmente ajustada de 1,21 milhão de unidades. O número veio acima das previsões, que eram de crescimento de 1,8%, para 1,15 milhão de moradias. O indicador sinaliza melhora do desempenho da economia dos EUA, o que em tese poderia encorajar o Federal Reserve a dar início aos aumentos de juros do país. Em reação, os juros dos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) passaram a subir com força.
Diante da divulgação de dados conflitantes nos EUA e na China, era grande a expectativa dos investidores pelo pronunciamento da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, às 13 horas (horário de Brasília). Devido à proximidade da reunião periódica do Fed, na próxima semana, Yellen não se pronunciou sobre política monetária. Diante da falta novidades relevantes no período da tarde, o dólar passou a ter um comportamento misto em relação às moedas emergentes e ganhou força frente ao real.
O cenário político teve poucas notícias, mas manteve os investidores bastante cautelosos. Causou algum desconforto as informações sobre uma possível revisão do déficit das contas do Governo Central. Integrantes da área econômica ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, não descartaram a possibilidade de o déficit primário chegar próximo a R$ 70 bilhões, se houver o pagamento de todos os gastos represados nas pedaladas fiscais identificados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Nos negócios na BM&FBovespa, as taxas se ajustaram levemente para baixo. Segundo profissionais do mercado, há nos últimos dias um aumento na inclinação da curva de juros entre 2017 e 2021, o que sinaliza desconfiança por parte dos investidores diante da situação fiscal. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 fechou com taxa de 14,297%, frente aos 14,304% do ajuste da segunda-feira. O DI de janeiro de 2017 ficou em 15,30%, ante 15,42%. O vencimento de janeiro de 2021 terminou com taxa de 15,77%, de 15,82% do ajuste anterior.