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Crise interrompe obras da nova sede do Museu da Imagem e do Som no Rio

A crise financeira que atinge o Estado do Rio causou a interrupção das obras da nova sede do Museu da Imagem e do Som (MIS), na orla de Copacabana, zona sul. A construção, iniciada em 2011 no terreno em que durante anos funcionou a boate Help, deveria ter sido inaugurada em dezembro de 2014. Há três meses, a obra parou. O governo estadual não dá mais prazo para a abertura do espaço, que será dedicado ao carnaval, à música, ao cinema e à fotografia.

A terceira fase das obras, que envolve o acabamento do prédio, nem foi licitada. Também não há data para a inauguração do teatro e do cinema a céu aberto, projetado para o terraço da edificação. Para cortar custos, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), no final de 2015, extinguiu a Fundação Museu da Imagem e do Som, que administra o acervo do museu. Mais cinco fundações e uma autarquia também foram extintas.

Na manhã de quarta, 20, o jornal O Estado de S.Paulo verificou o abandono do canteiro de obras, ao lado do edifício já erguido. Na frente da construção, tubos, pedaços de madeira, sacos de cimento e até galhos de árvores se amontoavam no chão. Os piso dos oito andares ainda está em cimento. As instalações elétricas não foram concluídas.

As únicas pessoas que circulam na construção são seguranças e dez operários portugueses contratado pelo governo fluminense para fornecer e instalar vidros acústicos no futuro museu. Um destes trabalhadores, que não quis se identificar, estima que, pelo aspecto do interior, o prédio não deverá ficar pronto antes das Olimpíada, em agosto próximo.

Em agosto de 2014, o então secretário estadual de Turismo, Cláudio Magnavita, afirmara que o museu abriria ao público em junho de 2015 e que seria “uma das grandes atrações do Rio de Janeiro para as Olimpíadas”. “O Museu da Imagem e do Som impactará o turismo do estado como um todo, já que, de imediato, haverá um aumento de, pelo menos, um dia na estadia média do turista. O MIS será um novo cartão postal para a cidade”, disse ele na ocasião.

De um ano e meio para cá, pouco foi feito. Segundo a Secretaria Estadual de Cultura, em nota enviada ao jornal O Estado de S.Paulo na terça-feira, 19, “mais de 70% da obra já foram concluídos”. No documento, a secretaria informa que “falta apenas a conclusão da terceira e última etapa da obra” e que, “em seguida, se dará a implantação do museu”.

“Está em curso uma nova licitação para a contratação de construtora, que irá finalizar a obra”, diz o comunicado.

De acordo com a Secretaria de Cultura, o orçamento total das obras civis previstas para o MIS é de R$ 138,5 milhões. Deste total, R$ 4,2 milhões são de recursos do governo estadual, R$ 57,4 milhões de patrocínio e R$ 76,8 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Além de R$ 18,6 milhões pagos pelo governo do Estado para a desapropriação do terreno.

Primeiro museu de audiovisual do País, o MIS foi inaugurado em setembro de 1965, como parte das comemorações do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, com documentos focados em música e imagem. O acervo é composto por 30 coleções que reúnem 304.845 documentos, como fotografias e discos da Rádio Nacional.

No projeto do novo MIS, estão previstos “um boulevard vertical”, uma banca de jornal virtual, livraria e bar. O atual MIS funciona em dois endereços. A sede original fica na Praça Luiz Souza Dantas, 1, a cerca de 300 metros da Praça 15, centro. As dependências administrativas ocupam edifício na Rua Visconde de Maranguape, 15, no Largo da Lapa, também no centro.

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