A decisão do governo de adiar o leilão de 29 hidrelétricas com concessões vencidas para 25 de novembro levou em conta o desejo de que o certame seja um sucesso, avaliou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim. Para ele, a nova data não representa uma sinalização negativa para este ou para os próximos leilões da área de energia. A previsão anterior era de que o certame seria realizado em 6 de novembro.
“Acho que é o contrário. O adiamento é justamente porque a gente quer ter certeza que o leilão vai ser um sucesso. O governo está trabalhando ao máximo para tornar o leilão atrativo. Agora tem essa questão do pool de bancos para o financiamento. Então, houve atraso no sentido de esperar condições propícias para o leilão ser um sucesso”, disse Tolmasquim a jornalistas após participar do lançamento do Brasil Solar Power, evento sobre energia solar que acontecerá no Rio em 2016.
Segundo o presidente da EPE, a certeza de que o leilão realmente dará certo passa pela questão do financiamento, já encaminhada com a formação de um pool de bancos, liderado pelo Banco do Brasil, e pela aprovação da Medida Provisória (MP) 688, que trata a questão do risco hidrológico.
Devido à seca, as usinas hidrelétricas não têm conseguido gerar energia e recorrem às térmicas para cumprir seus contratos. Só que a energia térmica é mais cara, o que levaria as geradoras a um déficit financeiro. Hoje, esse custo entra na conta apenas das geradoras, mas a MP 688 prevê o compartilhamento desse risco com as distribuidoras.