A véspera da decisão do Banco Central sobre a política monetária foi de certa volatilidade no mercado futuro de juros, onde as taxas acabaram por fechar em alta nesta terça-feira, 24, descoladas da queda do dólar.
A aposta na manutenção da taxa Selic nos atuais 14,25% permaneceu firme, mas ganharam alguma atenção as especulações em torno de um tom mais “hawkish” no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) com o mercado. O motivo para isso seria a aceleração das projeções de inflação para 2016, que tem o teto da meta inflacionária em 6,5%.
Segundo profissionais do mercado de juros, não houve fato concreto para justificar a pressão sobre as taxas, a não ser algum desconforto vindo do mercado externo, com a notícia do abate de um avião militar russo pela Turquia. A notícia chegou a gerar alguns movimentos de aversão ao risco, principalmente pela manhã, com maior procura pelos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA).
No que diz respeito à política monetária dos EUA, permanece a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) poderá elevar a taxa básica de juros do país já em dezembro, mas de maneira gradual e cautelosa, sem gerar grande êxodo de recursos externos para o mercado americano.
Além da expectativa pela reunião do Copom, o mercado observou a agenda política interna, com algumas votações e apreciações importantes para a agenda nacional. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, participa nesta tarde da audiência pública na Câmara para discutir a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU).
Em sua fala, Levy defendeu a renovação do projeto da DRU e que ela seja ampliada para Estados e municípios. O ministro argumentou que o projeto não é um risco para a execução das despesas obrigatórias. “A desvinculação é um voto de dar alguma flexibilidade para o governo executar de maneira mais eficiente suas obrigações”, disse.
Ainda entre os destaques da agenda política está a votação no Congresso do projeto de lei que altera a meta fiscal de 2015, prevista para as 19h de hoje.
Nos negócios na BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2016 fechou com taxa de 14,166%, contra 14,70% do ajuste de segunda-feira. O vencimento de janeiro de 2017, o mais negociado, ficou com taxa de 15,19%, de 15,07% do ajuste anterior. Na ponta mais longa da curva, o DI de janeiro de 2021 teve a taxa elevada de 15,21% para 15,24%.