Economia

Alta do dólar ofusca efeito da ata e fiscal nas taxas de juros

Os mercados domésticos começam a sessão desta quinta-feira, 29, processando uma batelada de informações (ata do Copom, Governo Central e Pnad Contínua), enquanto esperam para saber quanto a economia dos Estados Unidos cresceu no primeiro trimestre. Os movimentos durante a manhã eram de alta do dólar e viés positivo para os juros futuros. Às 9h37, o DI para janeiro de 2017, o mais negociado, tinha taxa de 15,43%, ante 15,38% no ajuste de ajuste da quarta-feira, 29. O dólar à vista no balcão subia 0,30%, a R$ 3,9276.

Com relação à ata, ela lida como suave nas mesas de operação, o BC reconhece que há incertezas na recuperação dos resultados fiscais e na sua composição. A instituição ponderou que a deterioração da política fiscal impactou o cenário de inflação do BC. O BC também deixou de ver o IPCA cair para 4,5% ao fim de 2016 e jogou essa projeção para o fim “do horizonte relevante”, os últimos meses de 2017.

Apesar desse quadro, o BC afirmou que independentemente do que a Fazenda conseguir fazer com as contas públicas e pelo ajuste fiscal, vai se “manter vigilante de forma a assegurar o cumprimento dos objetivos do regime de metas e a convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante”.

O Governo Central (Tesouro, Previdência e Banco Central) voltou a registrar em setembro um resultado deficitário, ficando em – R$ 6,932 bilhões. O resultado foi melhor que a mediana das estimativas (R$ 13,6 bilhões, no levantamento AE Projeções. Com isso, o resultado primário de janeiro até setembro foi deficitário em R$ 20,938 bilhões, o pior resultado para o período da série histórica, que tem início em 1997.

Em 12 meses, o governo central acumula déficit de R$ 22,3 bilhões – o equivalente a -0,39% do PIB. O governo já avisou na terça-feira ao Congresso Nacional que não cumprirá a meta de superávit primário de R$ 5,8 bilhões e prevê agora um déficit de R$ 51,8 bilhões.

Já a Pnad contínua mostrou que a taxa de desocupação no Brasil ficou em 8,7% no trimestre até agosto de 2015, o maior resultado da série, iniciada em janeiro de 2012. Em igual período do ano passado, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua ficou em 6,9%.

O IGP-M acelerou fortemente neste mês, praticamente dobrando a taxa de 0,95% registrada em setembro, ao subir 1,89% em outubro. O resultado, no entanto, ficou dentro do intervalo das estimativas (1,72% a 2,10%), e levemente abaixo da mediana encontrada, de 1,92%.

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