Petroleiros de oito estados – incluindo Rio de Janeiro e São Paulo – entraram em greve nesta quinta-feira, 29, por indicação da Federação Única dos Petroleiros (FNP). “Várias unidades amanheceram paralisadas”, informou a instituição, em nota oficial. A paralisação permanecerá em terminais, refinarias, usinas e prédios por pelo menos 48 horas, até a sexta-feira, 30, à noite. Em assembleias, será definida a continuidade ou não da greve e os próximos passos a serem tomados.
Estão em greve funcionários da Petrobras do Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, Alagoas, Pará, Amazonas, Maranhão e Amapá, que seguem as indicações da FNP. Já os sindicatos que fazem parte da Federação Única dos Petroleiros (FUP) permanecem trabalhando. O movimento da FNP é uma resposta ao resultado da reunião realizada na última quarta-feira com o departamento de Recursos Humanos da companhia.
“O movimento denuncia a venda de ativos prevista no Plano de Desinvestimento de Dilma/Bendine e os PLs (projeto de lei) contra a exploração estatal do pré-sal. Na avaliação dos petroleiros, essas propostas atacam centralmente o caráter público da Petrobras, ameaçam postos e condições de trabalho e aprofundam a privatização do petróleo brasileiro”, informa a FNP.
Além disso, a federação pede a manutenção de benefícios previstos no último acordo coletivo de trabalho. Os petroleiros pedem que o reajuste salarial cubra, pelo menos, a correção da inflação. A FNP alega que, na reunião, a Petrobras “não apresentou proposta para a pauta da categoria, restringindo-se a apresentar um índice econômico abaixo da inflação”.
Já os representantes da FUP abandonaram a reunião com a companhia, na última quarta-feira, por considerarem que a direção da empresa não está disposta a negociar. Nesta quinta, a FUP, que lidera a maior parte dos sindicatos de petroleiros do País, se reúne com o Ministério Público do Trabalho “para buscar o cumprimento da Lei de Greve, de forma a garantir o exercício pleno desse direito”, como afirmou em sua página no Facebook.