O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio Meirelles, afirmou que a raiz dos males enfrentados hoje no setor agropecuário é a instabilidade política pela qual passa o Brasil. “A incerteza quanto à trajetória da dívida pública e a consequente piora dos indicadores macroeconômicos nutrem perspectivas negativas, acarretando desconfiança sobre os rumos do País”, disse, acrescentando que a retração dos investimentos aprofunda a recessão econômica.
A declaração foi dada em discurso de abertura do Summit Agronegócio Brasil 2015, evento realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo, com patrocínio da Faesp, na capital paulista.
Meirelles defendeu que a retomada do crescimento econômico depende do restabelecimento da confiança no setor público e com o fortalecimento das instituições democráticas. “Caso contrário, o Brasil poderá experimentar um prolongado período de estagnação, com desequilíbrio social e graves consequências dele decorrentes”, notou. O presidente da Faesp disse que, diante de tal cenário, é preciso garantir condições mínimas para construir um pacto suprapartidário em prol dos interesses comuns.
A respeito do setor agropecuário, Meirelles reafirmou a vocação do Brasil para ser um grande player internacional, atendendo à demanda global por alimentos. Mas o representante nota que produtores têm sofrido com a alta dos custos de produção, a dificuldade na obtenção de crédito e seguro rural, além de “investimentos insuficientes em infraestrutura de transportes, defesa agropecuária, pesquisa e difusão de tecnologias”.
Para Meirelles, é necessário transformar a política agrícola em plurianual e defender políticas de apoio ao setor sucroenergético. A Faesp também defende a ampliação da política externa, a qualidade dos serviços públicos para redução do “custo Brasil” e a melhora nas legislações trabalhista e tributária. “O agronegócio é o verdadeiro trunfo do desenvolvimento do País e não podemos desperdiçar seu potencial”, reafirmou.
Bunge
A Bunge iniciou as operações no Moinho Pacífico neste mês, afirmou o presidente da Bunge Brasil, Raul Padilla, antes do início do Summit Agronegócio Brasil 2015.
Em agosto, a divisão brasileira da gigante norte-americana do agronegócio anunciou a compra do Moinho Pacífico, localizado em Santos (SP), uma das principais empresas de processamento de trigo no País. Segundo Padilla, a intenção é integrar totalmente as operações do moinho com o Porto de Santos.
O Pacífico é uma das maiores produtoras de trigo do Brasil. A Bunge também tem moinhos de trigo localizados em Suape (PE), Brasília (DF), Santa Luzia (MG), Rio de Janeiro (RJ), Tatuí (SP) e Ponta Grossa (PR).