Em uma terça-feira (3) de negócios bastante reduzidos, as taxas de juros negociadas no mercado futuro da BM&FBovespa fecharam em queda significativa. A forte queda do dólar foi a principal referência para a redução dos prêmios em toda a curva de juros, mas principalmente nos prazos mais longos.
Com poucas notícias no front, os investidores deram atenção a algumas expectativas positivas, que contribuíram para o comportamento das taxas. Uma delas diz respeito ao projeto de repatriação de recursos do exterior, que pode ser apreciado na Câmara ainda hoje. O governo estima que até R$ 150 bilhões em recursos fiscais possam entrar no Brasil com a regularização dos ativos mantidos fora do País sem serem declarados.
Segundo profissionais do mercado, no entanto, a cautela do investidor com o cenário interno ainda impede um recuo mais importante das taxas. Em meio a questões como a permanência da presidente Dilma Rousseff ou do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), continuam as incertezas quanto ao avanço do ajuste fiscal e a avaliação do País pelas agências de classificação de risco.
No fechamento do horário regular de negócios na BM&F, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 ficou em 14,249%, ante 14,270% do ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2017 fechou em 15,37%, na mínima, frente a 15,47% do ajuste anterior. A taxa do DI de janeiro de 2021 terminou o dia a 15,70%, de 15,95%.
Até o início da tarde, era esperado que o governo enviasse sua defesa formal no caso das contas de 2014 e das pedaladas fiscais ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O governo, no entanto, adiou a entrega para amanhã. Um dos poucos destaques do dia foi a abertura da primeira sessão do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da Casa. Em até 90 dias, a ação pode culminar com a cassação do mandato do peemedebista. Cunha é acusado de ter mentido à CPI da Petrobras ao negar que possuía contas no exterior.