Se o governo tivesse que alcançar, hoje, a meta original de superávit fiscal estipulada por Dilma, o corte de gastos teria de ser de R$ 107,1 bilhões nas despesas discricionárias. Esse dinheiro, no entanto, não existe mais. Até o dia 10 de novembro, o governo já tinha empenhado R$ 99,3 bilhões. Com isso, o saldo disponível para cortes é de R$ 14,5 bilhões. Desse limite, as despesas com o mínimo constitucional para a Saúde e com emendas impositivas de parlamentares representam R$ 2,9 bilhões.
Ao final, a base máxima que resta para ser cortada era de R$ 10,7 bilhões. Considerando os empenhos feitos nos últimos 20 dias, o universo de gastos previstos pelo governo até 31 de dezembro e que pode ser cortado é pouco superior a R$ 10 bilhões. A meta original, anunciada há exatamente um ano pelos futuros ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, previa um superávit de R$ 66,3 bilhões nas contas públicas. O cenário, agora, é completamente distinto: o governo prevê um déficit para este ano que será o maior rombo já registrado nas contas públicas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.