Dois executivos espanhóis da Abengoa passaram a manhã desta quarta-feira, 2, reunidos na Superintendência de Concessões e Autorizações de Transmissão e Distribuição (SCT) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para relatarem a situação da companhia que toca projetos importantes no setor elétrico brasileiro e que já anunciou a interrupção de trabalhos devido a sua situação financeira. Após o encontro, os executivos não quiseram falar com a imprensa.
Na terça-feira, 1, o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, disse que essa reunião seria o primeiro passo para que o órgão decida quais medidas devem ser tomadas para garantir a execução de projetos fundamentais, como o linhão entre Tocantins e a Bahia, que servirá para escoar a energia da usina de Belo Monte para o Nordeste. Ele afirmou ainda que a maior preocupação do órgão regulador é com as obras em andamento que, ao contrário com os empreendimentos já em operação, não contam ainda com fluxo de caixa.
Embora a Aneel possa até mesmo determinar uma intervenção administrativa imediata nas concessões da Abengoa, Rufino defendeu uma solução de mercado que poderia ser a venda de parte ou do total da participação da companhia espanhola nesses projetos. Como os contratos são firmados por meio de Sociedade de Propósito Específico (SPE), cada empreendimento tem autonomia. Portanto, podem haver várias soluções, ao invés de uma que envolva todos os ativos da empresa no País.
Por enquanto, a Aneel também não vai emitir posicionamento sobre a reunião desta quarta.