O Brasil precisa repensar a inserção da sua indústria na economia mundial para tirar o setor da crise pela qual passa, afirmou nesta quarta-feira, 2, o economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn. “O foco do Brasil mudou quando olhamos para 10 ou 15 anos atrás e agora nós passamos a ter menor representatividade em fóruns mundiais. Essa política de isolamento acentuou as nossas dificuldades em fazer acordos comerciais”, disse.
Em seminário na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Goldfajn avaliou que é necessário repensar a política industrial brasileira, em um cenário em que o investimento está caindo a nove trimestres consecutivos.
“A política industrial adotada recentemente no Brasil, com desonerações e leis de conteúdo local, reduziram a nossa competitividade e mostraram que não é este o caminho para nos inserirmos internacionalmente”, criticou.
O economista disse ainda o Brasil sofre de graves desequilíbrios e problemas de competitividade, mas que passa por um processo de ajuste. “Já vemos uma melhora na questão do custo da produtividade devido à recente desvalorização do real. Mas ainda assim nos fechamos para o resto do mundo”, comentou.