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Acadêmicos do Baixo Augusta desfila pela 1ª vez fora de casa

Criado em 2009, o bloco Acadêmicos do Baixo Augusta desfilou pela primeira vez fora da rua que lhe dá o nome e atraiu milhares de foliões à Rua da Consolação, na região central, neste domingo, 31. Os organizadores esperavam 20 mil pessoas – não há estimativa oficial pela CET, que acompanha o bloco. O motivo da mudança foi justamente acomodar um número cada vez maior de foliões que, segundo a organização, já não cabia mais na Augusta.

A rainha do bloco, atriz Alessandra Negrini, escolheu uma fantasia de noiva para subir no trio elétrico, que saiu às 18h10 da esquina com a Avenida Paulista. Até a Rua Matias Aires, as duas pistas da via estavam tomadas de pessoas. Assim como no bloco de Alceu Valença, Fafá de Belém foi convidada para subir no trio e cantar junto à bateria de Wilson Simoninha. Ela afirmou que São Paulo tem “samba no pé”. A atriz Leandra Leal e a cantora Tulipa Ruiz também participaram da reunião. No repertório, Daniela Mercury, Paralamas do Sucesso, Caetano e marchinhas de carnaval variadas.

Carlos Santa Rosa, professor de 37 anos, e Cláudio Gonçalves, engenheiro civil de 42, moram no Recife e vieram a passeio para São Paulo neste fim de semana.
Aproveitaram para curtir o Baixo Augusta. “Escolhemos esse bloco principalmente pela diversidade. O clima não é tenso aqui”, afirmou Rosa. Gonçalves elogiou a apropriação das ruas pelas pessoas no carnaval da capital paulista. “É legal porque a Rua é do povo, não é do carro. E o carnaval aqui é como no Recife, na rua e de graça, sem ter que precisar pagar para participar, como ocorre em Salvador”, disse.

A auditora Cíntia Barros, de 56 anos, cantava e dançava junto com a amiga Fernanda Costa, psicóloga de 51. Essa é a terceira vez que elas saem da Vila Madalena, onde moram, para acompanhar o bloco. “Temos amigos que moram no centro e a gente frequenta de fato o Baixo Augusta. Por isso gostamos de participar do bloco”, disse Cíntia. Ela também elogiou a diversidade: “Adoro por isso (aponta ao redor): tem família, travesti, jovens”.

Fernanda avaliou como positiva a iniciativa da Prefeitura de descentralizar os blocos neste ano. “A Vila ficou destruída o ano passado. E carnaval tem que ficar pela cidade toda, os blocos são dos bairros”, afirmou. A previsão é que o bloco encerre às 22h na Praça Roosevelt.

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