O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira, 21, no menor nível desde 1º de abril de 2009. O principal indicador da bolsa brasileira fechou hoje em queda de 1,62% aos 43.199,95 pontos. Em 1º de abril de 2009, o Ibovespa havia fechado aos 41.976 pontos. Hoje, foi o primeiro dia em que a sessão regular do mercado à vista acabou às 18h, conforme decisão da BM&FBovespa por conta do horário de verão.
Contribuiu fortemente para esse resultado negativo a desvalorização de ações estatais. Os papéis PN e ON da Petrobras chegaram a cair mais de 5%, assim como as ações do Banco do Brasil. “É o efeito Barbosa sobre as estatais”, diz um operador de renda variável, referindo-se à substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no cargo de ministro da Fazenda.
Na avaliação do economista da Guide Investimentos, Ignácio Rey, a queda do Ibovespa hoje está, realmente, muito relacionada à incerteza quanto às próximas ações da nova equipe econômica, capitaneada por Barbosa. “Chamam a atenção especialmente comentários (do novo ministro da Fazenda) quanto à participação do BNDES, o que pode indicar alguma mudança no que vinha sendo feito pelo ministro anterior”, diz Rey.
Na parte da manhã, a Bovespa ficou no campo positivo. A primeira metade dos negócios teve a influência do exercício de opções sobre ações. Segundo a BM&FBovespa, o exercício de contratos de opções movimentou nesta segunda-feira R$ 2,672 bilhões, dos quais foram R$ 386.276.181,00 em opções de compra e R$ 2.286.558.110,90 em opções de venda. Do início do pregão ao fim da manhã, todas as blue chips valorizavam-se.
Já na segunda metade do pregão, todas as blue chips perderam valor, acompanhando a onda de cautela observada nos mercados de câmbio e juros. O destaque negativo na bolsa ficou para as ações da Petrobras. A ON fechou em queda de 4,04%. E a PN da petroleira encerrou a sessão com uma perda de 5,41%. Além do efeito Barbosa, como disse o operador, também pressionaram negativamente as ações da estatal o fato de os preços do petróleo perderem valor nos mercados futuros em Londres e em Nova York.
A Vale também exerceu uma pressão de baixa forte no Ibovespa na segunda metade do pregão. Em alguns momentos, a ON e a PNA da mineradora caíam mais de 4%. A ação ordinária fechou em queda de 4,65%. A preferencial, em -6,53%. A companhia sofreu um revés importante no caso Samarco. Teve o bloqueio de seus bens determinado por uma decisão liminar judicial. A sócia BHP Billiton na mineradora de Mariana (MG) também teve os bens bloqueados nessa mesma decisão. O motivo, explica a decisão judicial, é o fato de os danos socioambientais superarem o patrimônio da Samarco.