O cenário internacional desfavorável e as incertezas no campo político brasileiro deram o tom dos negócios com ações nesta terça-feira, 8. Com dados negativos da economia da China e queda dos preços das commodities, as bolsas europeias e americanas recuaram, arrastando também a Bovespa, que terminou o dia com perda de 1,72%, aos 44.443,25 pontos.
A expectativa em torno de votações importantes na Câmara também concentrou as atenções. Um dos itens importantes da pauta é a apreciação pelo Conselho de Ética de relatório prévio sobre quebra de decoro parlamentar do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Simultaneamente, e com grande tumulto, correm os trabalhos para a formação de chapas e definição de integrantes da comissão que analisará o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Para acrescentar mais incerteza no já complexo cenário político, a “carta-desabafo” do vice Michel Temer (PMDB-SP) a Dilma foi um dos assuntos mais comentados do dia. Embora alguns correligionários de Temer tenham negado que a carta tenha sido uma sinalização de rompimento com o governo, essa foi a leitura majoritária no mercado.
Dados negativos da China indicaram desaceleração da economia local, o que espalhou pessimismo pelos mercados. As exportações chinesas tiveram queda anual de 6,8% em novembro ante outubro, enquanto a previsão era de recuo de 5,3%. Já as importações recuaram 8,7% na mesma base de comparação, abaixo da previsão (-11,8%), mas ainda uma queda expressiva.
Após o minério de ferro cair abaixo de US$ 40 na sexta-feira, diversas mineradoras anunciaram hoje planos de reestruturação. A Anglo American anunciou corte de 85 mil empregos, venda de ativos, grandes reduções de custos e a suspensão no pagamento de dividendos, em uma tentativa para enfrentar a forte queda nos preços das commodities. Com isso, as ações da empresas despencaram. Por aqui, Vale PNA caiu 5,28% e Usiminas PNA, 5,26%.


