Economia

Bovespa cai penalizada por exterior e de olho em Brasília

As preocupações em torno de possível saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda pressionaram a Bovespa nesta sexta-feira, 11, embora o recuo da bolsa brasileira tenha sido puxado mais diretamente por Nova York e pelas perdas das commodities ao redor do mundo.

O Ibovespa – índice de referência da bolsa brasileira – cedeu 0,81%, aos 45.262,72 pontos, prejudicado pelo forte recuo das ações em Nova York. Os índices americanos, que encerram apenas às 19 horas (de Brasília), caíam mais de 1% nesta tarde: -1,34% o Dow Jones, -1,40% o S&P 500 e -1,55% o Nasdaq.

Profissionais do mercado citaram um movimento global de busca por segurança, que penalizou as commodities, os ativos de países emergentes, as bolsas europeias e americanas, para justificar o desempenho da Bovespa.

A questão envolvendo Levy também foi monitorada e a cautela em torno da política permeava as mesas no Brasil, ainda mais com manifestações a favor do impeachment de Dilma Rousseff programadas para o fim de semana. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, havia informado na noite de ontem que, numa conversa com representantes da Comissão Mista de Orçamento (CMO), Levy ameaçou deixar o governo se a meta fiscal de 0,7% do PIB para 2016, defendida por ele, for reduzida para zero. Hoje, durante entrevista em Maceió, Levy afirmou que a discussão sobre sua saída é “um pouquinho irrelevante”. Já a presidente Dilma Rousseff evitou comentar a possibilidade de saída do ministro.

No fim da tarde de hoje, fontes informaram que Levy e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, haviam sido convocados por Dilma para uma reunião no Planalto, justamente para discutir a meta fiscal de 2016. Barbosa é um dos membros do governo que defendem uma meta mais “flexível”, e não o 0,7% de Levy. Eventuais impactos na Bolsa serão sentidos apenas na segunda-feira.