Esta terça-feira, 5, foi de queda generalizada no mercado futuro de juros, num comportamento atribuído principalmente a um movimento técnico de ajustes de posições. Com noticiário político bastante esvaziado e a 15 dias da definição dos juros básicos da economia, os investidores reduziram os prêmios em toda a curva de juros, mas principalmente nos vencimentos mais longos. O volume de negócios cresceu em relação à véspera e voltou aos patamares “normais”.
Este foi o segundo dia consecutivo de queda das taxas e o mais significativo deles. Um dos fatores a contribuir para esse desempenho foi a desvalorização do dólar, que hoje voltou a flertar com o patamar inferior aos R$ 4,00. Com o cenário internacional mais tranquilo, a aversão ao risco foi menor e favoreceu a recuperação do real, que vem registrando as maiores perdas entre as moedas de países emergentes.
A proximidade da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 19 e 20, também acabou por incentivar uma correção das taxas, com as apostas convergindo para um aumento de 0,50 ponto porcentual na Selic, hoje de 14,25% ao ano. Até ontem, os juros futuros ainda projetavam apostas em um ajuste de 0,75 ponto na taxa básica, tendência que perdeu força hoje.
A escassez de notícias no cenário político, com o recesso parlamentar, também favoreceu uma correção de excessos na ponta longa da curva a termo, embora os temores com os próximos episódios da crise política não tenham se dissipado.
Hoje o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), deu ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o prazo de dez dias para que se manifeste sobre o pedido de afastamento. Em dezembro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao Supremo o afastamento de Cunha de suas funções devido a 11 “atos” que indicam “crimes de natureza grave”.
A notificação poderá ser feita a partir da próxima quinta-feira, quando os servidores do Supremo voltam a trabalhar. O prazo para que o parlamentar se manifeste sobre o pedido começará a contar, no entanto, só depois de 1º de fevereiro, quando termina o recesso do Judiciário.
Nos negócios na BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril de 2016 fechou com taxa de 14,650%, ante 14,740% do ajuste de segunda-feira. O DI para liquidação em janeiro de 2017 terminou o dia em 15,60%, de 15,76% do ajuste de ontem. Na ponta mais longa da curva, o DI para janeiro de 2021 projetava ao final da etapa regular taxa de 16,25%, contra 16,58%.