As negociações entre a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense sobre as possíveis demissões na Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, não avançaram na reunião realizada na manhã desta quarta-feira, 6. Um novo encontro foi marcado para a quinta-feira, 7, às 9 horas, dessa vez com a participação da Gerência de Relações Trabalhistas do Ministério do Trabalho na cidade.
A estimativa do sindicato é de que 3 mil funcionários deverão ser dispensados pela siderúrgica e que o valor dos contratos com fornecedores seja reduzido em 35%. A CSN não confirma os números. Os cortes na empresa seriam reflexo da paralisação do alto-forno 2 da fábrica. A companhia analisa se desligará o equipamento ou adotará uma parada temporária para manutenção, para depois reavaliar as condições de mercado. A capacidade instalada de produção da CSN é de 5,6 milhões de toneladas por ano e o alto-forno 2 responde por 30% dela.
“A CSN insiste nas demissões e retiradas de direitos. A empresa está radicalizando”, diz o presidente do sindicato, Silvio Campos. De acordo com a assessoria de imprensa do sindicato, a entidade considera a proposta da empresa um “pacote de maldades”, que inclui a suspensão do pagamento do adicional de 70% do abono de férias negociado nos últimos anos e a expansão do turno de trabalho de seis horas para oito ou 12 horas diárias.
O sindicato afirma que não negociará nenhum direito conquistado e chegou a sugerir a adoção de um Programa de Demissão Voluntária (PDV) ou adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Lançado no ano passado pelo governo Dilma Rousseff, o PPE prevê que a jornada de trabalho e os salários sejam reduzidos em até 30% em momentos de crise ou de queda expressiva de produção.
Para o empregado, no entanto, o salário é cortado em até 15%, porque há uma complementação pelo governo com os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Os trabalhadores querem que a empresa de Benjamin Steinbruch dê um número preciso de demissões previstas.
A usina de Volta Redonda tem dez mil funcionários. As potenciais demissões na CSN preocupam o governo federal. Além da CSN, a Usiminas já anunciou o corte de cerca de 4 mil vagas com a desativação da usina de Cubatão (SP), a partir deste mês. Se os números se confirmarem serão 7 mil postos de trabalho fechados apenas nas duas companhias.