A Bovespa, que já acumula queda de mais de 4% este ano e ronda os menores patamares desde abril de 2009, continua sua derrocada nesta quinta-feira, 7, pressionada pela China e também a queda acentuada do petróleo. Empresas mais expostas ao gigante asiático, como Vale e siderúrgicas, despencam.
O sentimento negativo se intensificou após a principal bolsa chinesa, a de Xangai, voltar a despencar, disparando um novo sistema de circuit breaker – que estreou na segunda-feira – pela segunda vez esta semana. O pregão desta quinta durou cerca de 30 minutos e foi o mais curto na história de 25 anos do mercado chinês. Após os ajustes finais, o índice Xangai composto encerrou o dia com queda de 7,05%, a 3.125,00 pontos.
O mau humor foi atribuído a sinais de que o PBoC (o banco central chinês) está disposto a permitir que a moeda chinesa, o yuan, continue se enfraquecendo. Nesta quinta, a autoridade reduziu sua taxa de paridade para o yuan ante o dólar em 0,5%, para 6,5646, no maior ajuste desde agosto do ano passado. Trata-se da oitava queda consecutiva, que levou a moeda a renovar as mínimas desde abril de 2011.
O mau humor interno ainda é reforçado pela queda da produção industrial, que caiu 2,4% em novembro ante outubro, pior do que o intervalo das previsões dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de queda 1,83% a alta de 0,80%. Em relação a novembro de 2014, a produção caiu 12,4%.
Às 10h25, o Ibovespa perdia 2,30%, aos 40.795,80 pontos, renovando as mínimas intraday desde 1º de abril de 2009, no auge da crise financeira internacional. Entre as blue chips, Petrobras (ON -4,22% e PN -4,22%), Vale (ON -6,03% e PN -6,23%) e bancos (Itaú PN -1,47% e Bradesco PN -1,86%) caíam firme. No setor siderúrgico, Gerdau Metalúrgica despencava 8,59%, Usiminas PNA recuava 7,38% e Gerdau PN -4,77%.
A situação na China também pressiona o petróleo, com o Brent tocando hoje a mínima de US$ 32,16 o barril, o menor nível desde pelo menos abril de 2004, e o WTI a US$ 32,10, patamar mais baixo desde dezembro de 2003.