O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta sexta-feira, 18, que o rebaixamento da nota de crédito do Brasil é um sinal de atenção que, para ele, não está precificado. “Não entendo essa história de que está tudo precificado, porque a cada momento tem que mudar o rumo da coisa. Achar que está precificado e achar normal não é muito meu estilo”, afirmou.
Em café da manhã com jornalistas, o ministro avaliou que o downgrade não representa um problema para a dívida pública, mas tem impacto para as empresas e aumento o custo do crédito, e que não adianta querer passar cenários rosas,tranquilos. “As pessoas sabem analisar a situação”.
Levy disse que é importante tomar medidas fiscais para reverter o rebaixamento. “Voltar a primeira divisão dá trabalho, mas é possível. Ficar parado neste momento é andar pra trás”, completa.
Federal Reserve
Já em relação ao aumento de juros pelo Federal Reserve nos Estados Unidos, Levy afirmou que, “ao contrário do rebaixamento”, já estava precificado.
Pedaladas
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu o pagamento dos atrasados devidos aos bancos públicos, que ficaram conhecidos como pedaladas fiscais, no “menor prazo possível”.
FGTS
Em relação aos recursos devidos ao FGTS pela União, o ministro disse que deverão ser parcelados, como antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. “No caso do FGTS, o mais conveniente é fazer o parcelamento. Tem que ser feito gradualmente, até para caber dentro da programação de despesa primária nos próximos anos. Essa seria melhor estratégia econômica”, completou.
O ministro disse que é preciso quitar dívidas com o BNDES de 2012, 2013 e 2014 e que falta pagar mais de R$ 20 bilhões ao BNDES relativo aos subsídios devidos no Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e mais R$ 10 bilhões ao FGTS.
Levy reforçou que é preciso modular o investimento de acordo com a capacidade de pagamento do governo, que não pode continuar se endividando.
Petrobras
No café da manhã com jornalistas, o ministro disse que a situação da Petrobras está avançando e é melhor do que no começo do ano, quando havia dúvidas sobre se a estatal conseguiria publicar seu balanço e sobre problemas de governança.