A taxa de disponibilidade em escritórios de alto padrão em São Paulo deve registrar um aumento pontual no primeiro semestre de 2016, por causa do contínuo ritmo de entregas de empreendimentos. Em seguida, porém, a tendência da vacância deve ser de recuo, de acordo com estimativas da consultoria Colliers, que atribui o movimento a uma contínua busca por qualidade ou “Flight to Quality”, tendo em vista que os preços estão muito próximos aos de escritórios de padrão mais baixo.
“Em 2016, devemos ter um volume grande de entregas de escritórios de alto padrão, o que pode fazer a taxa de disponibilidade subir pontualmente, principalmente no primeiro semestre”, afirmou o diretor do segmento de escritórios, Marcelo Ghitnic. “Mas gradualmente, conforme as entregas forem absorvidas e a demanda continue forte, retoma tendência de queda e, em 2017 e 2018, pode ficar abaixo de 20%”, acrescentou.
De acordo com estudo da Colliers International Brasil em relação ao terceiro trimestre de 2015, o mercado de escritórios de alto padrão de São Paulo fechou o período com uma taxa de disponibilidade de 24%. Já o preço médio pedido de locação na cidade de São Paulo ficou em R$ 105,00 o metro quadrado por mês. O executivo disse que o ano de 2015 deve terminar com uma vacância em patamar próxima aos dos três meses até setembro, enquanto o preço já deve ter atingido um mínimo e, a partir de agora, deve ter um caminho mais positivo.
“No quarto trimestre de 2015, o cenário não deve mudar muito em relação ao terceiro. O ano vai fechar bem em termos de absorção, com um recorde em absorção líquida e bruta. E o preço não tende a cair mais”, afirmou o executivo. “Temos percebido que o preço pedido está muito mais próximo do valor de fechamento do acordo. Os proprietários estão trabalhando muito mais com outras ferramentas, como descontos no primeiro ano ou carência, dependendo das condições de entrega”, acrescentou, ao ressaltar que o preço está hoje num patamar adequado de mercado.
Preços
Essas ferramentas, de acordo com o executivo, têm ajudado a migração de inquilinos de empreendimentos de padrão B para locais de alto padrão. Ele explicou que a diferença hoje entre preços está muito próxima. No terceiro trimestre, o preço médio pedido de locação passou para R$ 82,00 metros quadrados por mês. Como resultado, a diferença entre ambos ficou em 28%, ante um número de 52% no começo de 2013, por exemplo. “Hoje em dia é mais fácil tirar um locatário de edifício de classe B para um local com maior eficiência”, afirmou, ao indicar benefícios da mudança para os inquilinos, como consumo mais eficiente de luz e água. “O mercado em 2015 viveu muito do Flight to Quality e 2016 vai ser muito parecido”, acrescentou.
O executivo disse que os preços na classe B devem continuar a cair em 2016, chegando ao fim do ano que vem com baixa de cerca de 10%. “O segmento B está em uma tendência forte de aumento de taxa de disponibilidade e queda de preços. O proprietário do B é mais pulverizado e demora a fazer uma leitura de mercado, o que o deixa mais resistente nas negociações”, afirmou, ao acrescentar que o preço deve terminar em 2015 próximo aos R$ 82,00.
Esse movimento tende a elevar, ao longo do tempo, a distância de preços entre os empreendimentos de diferentes classes. A taxa de disponibilidade de escritórios da classe B em 2016 deve subir para um patamar mais próximo de 20%, frente aos 14% do terceiro trimestre de 2015.
Para o diretor, o movimento de busca por qualidade pode perder força a partir de 2017 caso a economia nacional mostre uma reação, com possível crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Caso isso ocorra, a situação pode ser de mais estabilidade na movimentação das empresas para outros escritórios. “O ano de 2017 está muito longe, mas a expectativa é de uma economia melhor”, acrescentou.