Economia

Taxas longas de juros recuam com dólar e curtas reagem a declarações de Tombini

Os juros futuros abriram em queda nesta terça-feira, 19. Enquanto as taxas longas acompanham a retração do dólar ante o real, as curtas reagem a declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, feitas na véspera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).

Às 9h25, o DI para abril de 2016 projetava taxa de 14,630%, ante 14,720% no ajuste de segunda-feira. O DI para julho de 2016 indicava 14,950%, de 15,080%. E o DI para janeiro de 2017 mostrava 15,36%, de 15,60%. O dólar à vista no balcão caía 0,52%, a R$ 4,0123.

O foco principal é a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que começa nesta terça e termina no dia seguinte. De um total de 70 casas consultadas pelo AE Projeções, 62 esperam alta de 0,50 ponto porcentual na Selic. Para sete casas, o Copom irá manter os juros em 14,25%, enquanto uma acredita em elevação de 0,25 ponto.

Fontes informaram na segunda ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado) que o governo trabalha com um cenário de alta de 0,25 ponto porcentual na Selic. A presidente Dilma Rousseff conversou com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, mas a reunião não constou da agenda oficial. Tombini está sob forte pressão política e enfrenta divisões na diretoria do Banco Central sobre o efeito do aumento da Selic.

Na manhã desta terça, o BC divulgou uma pequena nota afirmando que Tombini considerou as revisões nas projeções do FMI como “significativas”. Ele ressaltou que “todas as informações econômicas relevantes e disponíveis até a reunião do Copom são consideradas nas decisões do colegiado”. Após a declaração, os juros ampliaram a queda, com a estrutura a termo da curva passando a precificar uma possibilidade mais dividida para a decisão de quarta-feira, entre alta de 0,25 pp e de 0,50 pp.

O PIB da China cresceu 6,9% em 2015, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas. O resultado veio em linha com a previsão de 15 economistas consultados pelo Wall Street Journal, mas foi o mais baixo desde 1990. Em 2014, o PIB havia se expandido 7,3%. A economia chinesa cresceu 6,8% no quarto trimestre de 2015, na comparação com o mesmo período de 2014, e avançou 1,6% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado. Na manhã desta terça, o banco central da China (PBoC) informou que vai injetar 600 bilhões de yuans (cerca de US$ 91,2 bilhões) em liquidez no mercado financeiro.

Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou novo corte de previsão para a economia mundial e alertou para o aumento de riscos, incluindo uma desaceleração mais forte da China, novas quedas no preço do petróleo e piora de tensões geopolíticas. As projeções para o Brasil foram drasticamente cortadas. O FMI agora vê o PIB do País encolhendo 3,5% este ano e com crescimento zero em 2017. A projeção para 2016 foi cortada em 2,5 pontos porcentuais. A de 2017, em 2,3 pontos. Para 2015, o Fundo projeta retração de 3,8%.

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