Economia

Juros se ajustam para baixo com melhora no cenário externo

As taxas de juros negociadas no mercado futuro tiveram uma terça-feira, 26, de queda, favorecida pela sensível melhora do cenário internacional, a partir da recuperação dos preços do petróleo. Com o dólar em forte queda, os juros passaram por ajustes e tiveram os prêmios de risco reduzidos em toda a curva a termo, mas principalmente nos vencimentos intermediários e longos.

A recuperação do petróleo foi o principal fator de melhora do humor dos investidores e começou ainda pela manhã, depois que o ministro do Petróleo do Iraque, Abdul Karim Luaibi, disse que a Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo, está “mais flexível” em relação a possíveis cortes em sua produção. Além disso, a petrolífera saudita Saudi Aramco disse que o aumento da demanda por petróleo pode superar 1,2 milhão de barris por dia em 2016.

Em resposta, a commodity subiu com força, voltando ao patamar superior a US$ 32 o barril. A recuperação impulsionou bolsas pelo mundo e o dólar se desvalorizou frente às moedas de países exportadores de commodities. No Brasil, a moeda americana operou abaixo do patamar dos R$ 4,10 e favoreceu a queda das taxas de juros.

Desde as vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que as taxas dos contratos mais longos vinham subindo com mais força, indicando maior percepção de risco com o Brasil. Com os ajustes de hoje, o “spread” entre os contratos de janeiro de 2017 e 2021, que chegou a superar os 200 pontos-base na semana passada, recuava para 138 pontos no final desta tarde.

As oscilações foram menores nos vencimentos mais curtos, que sofreram agressivos ajustes na semana passada, quando o Banco Central passou a sinalizar a manutenção da taxa Selic nos atuais 14,25% ao ano, contrariando indicações anteriores de que elevaria os juros em 0,50 ponto porcentual. Em meio às discussões sobre ingerência política no Banco Central, as atenções se voltam à divulgação da ata da reunião do Comitê, na próxima quinta-feira, que trará as justificativas para a manutenção dos juros básicos da economia.

Ao final dos negócios no horário regular da BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril de 2016 tinha taxa de 14,255%, ante 14,269% do ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2017 projetou 14,73%, contra 14,85% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2018 teve a taxa reduzida de 15,83% para 15,57%. No trecho mais longo da curva, o DI para janeiro de 2021 terminou o dia com taxa de 16,37%, ante 16,61%.

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