Economia

Juros curtos sobem com ajuste técnico e longos terminam em queda com exterior

Os juros futuros de curto prazo, após sucessivos fechamentos em queda desde a véspera da decisão do Copom, terminaram a sexta-feira, 29, em alta, enquanto nos vencimentos longos o apetite pelo risco vindo do exterior continuou sustentando as baixas. Ao término da sessão regular, o DI abril de 2016 fechou em 14,216%, de 14,208% no ajuste anterior, e o DI janeiro de 2017 subiu de 14,45% para 14,52%. O DI janeiro de 2021 foi no sentido contrário e caiu de 16,19% para 15,94%.

O grande destaque dos mercados hoje foi a decisão do Banco Central do Japão (Boj, na sigla em inglês), de adotar uma inesperada e inédita política de taxa de juros negativa. O BoJ cortou a taxa que paga sobre recursos financeiros que bancos comerciais deixam depositados no BC japonês, além dos compulsórios exigidos, para -0,1%, de 0,1% anteriormente. Com essa iniciativa, o BoJ espera reduzir os custos de empréstimos no decorrer de um longo período, de forma a estimular a inflação. E alertou também que, se necessário, poderá reduzir ainda mais a taxa.

Além disso, na China, o banco central do país (PBoC) injetou 100 bilhões de yuans (US$ 15,21 bilhões) em operações de mercado aberto, o que elevou a injeção líquida do PBoC na semana para o montante recorde de 690 bilhões de yuans.

As medidas favoreceram os ativos de risco, como títulos e moedas de países emergentes, levando o dólar a ter forte queda ante o real – a moeda americana chegou a cair abaixo de R$ 4 hoje no intraday. Com isso, os investidores ampliaram suas posições doadoras em taxas de juros de longo prazo na BM&F, a despeito da manutenção de todas as incertezas com a economia doméstica.

As taxas curtas tiveram ligeiro avanço, devolvendo um pouco da forte queda dos últimos dias, com o investidor no aguardo de mais informações para balizar os prognósticos para a política monetária.

Com o mercado hoje voltado ao exterior, o pacote que prevê a liberação de até R$ 83 bilhões em créditos via bancos públicos para estimular a economia, anunciado ontem perto do fechamento dos negócios, não influenciou as taxas. Mesmo porque os players mostram um certo ceticismo sobre a eficácia da medida, diante da falta de demanda por empréstimos.

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