A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 923 milhões em janeiro, resultado de exportações de US$ 11,246 bilhões e importações de US$ 10,323 bilhões. O resultado é o melhor para o mês desde 2007, quando o saldo ficou positivo em US$ 2,523 bilhões. Os números foram divulgados nesta segunda-feira, 1, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
O saldo do mês passado é o primeiro a registrar superávit em meses de janeiro dos últimos cinco anos. O último dado positivo foi observado em 2011. Em janeiro de 2015, o resultado comercial havia apresentado déficit de US$ 3,173 bilhões.
Com relação às expectativas de mercado, o resultado de janeiro ficou dentro, mas próximo ao teto, do que foi apontado por instituições financeiras. Levantamento do AE Projeções com 20 participantes apontava para um resultado entre um déficit de US$ 400 milhões e um superávit de US$ 1,000 bilhão, com mediana positiva de US$ 420 milhões.
Na última semana do mês passado (25 a 31), a balança teve superávit de US$ 608 milhões, com vendas externas de US$ 2,736 bilhões e importações de US$ 2,128 bilhões.
Metodologia
A partir deste mês, o MDIC passa a adotar nova metodologia para a análise de dados da balança comercial. As mudanças não alteram valores de exportação, de importação e, consequentemente, do saldo comercial. A partir de agora, contudo, o MDIC vai utilizar a Classificação por Grandes Categorias Econômicas (CGCE) para fazer a análise dos dados, ao invés da Classificação Segundo o Uso e Destino Econômico (CUODE), que não tinha comparabilidade internacional.
As estatísticas comerciais divulgadas no site do MDIC já estão no novo modelo. A Secex também disponibilizou uma série histórica desde 1997, na metodologia CGCE, para que os usuários consigam fazer comparações utilizando a mesma base de informações.
A principal mudança é a forma como as categorias de produtos “bens de consumo”, “bens intermediários” e “bens de capital” são divididos. Na prática, as alterações serão as seguintes: produtos classificados como “peças e partes de bens de consumo” e “peças e partes de bens de capital” serão agora incluídos dentro de “bens intermediários” e não mais em “bens de consumo” e “bens de capital”, respectivamente.
Além disso, houve a mudança na distribuição de países dos “Blocos e Países”. A mudança mais significativa é extinção do bloco “Europa Oriental”. Os países que faziam parte dele foram redistribuídos para a Ásia e Europa.