A Klabin registrou lucro de R$ 521 milhões no quarto trimestre de 2015, revertendo assim o prejuízo de R$ 127 milhões apurado em igual intervalo de 2014 e de R$ 1,341 bilhão no terceiro trimestre do ano passado. No ano de 2015, no entanto, a empresa contabilizou um resultado negativo de R$ 1,253 bilhão, contra um lucro de R$ 730 milhões de 2014.
O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 603 milhões, o que representou uma expansão de 19% na comparação com o quarto trimestre de 2014. A margem Ebitda no trimestre recuou 3 pontos porcentuais contra o ano anterior, de 40% para 37%. No total do ano de 2015, o Ebitda ajustado atingiu R$ 1,975 bilhão, um avanço de 15% contra 2014. A margem Ebitda passou de 35% para 34%.
A receita líquida de outubro a dezembro de 2015 avançou 27% contra o mesmo período do ano anterior, para R$ 1,596 bilhão. No ano, a receita evoluiu 16%, para R$ 5,688 bilhões. No total da receita líquida no quarto trimestre, a participação do mercado externo subiu de 25% para 38%, enquanto o interno recuou de 75% para 62%.
O resultado financeiro no quarto trimestre de 2015 ficou positivo em R$ 74 milhões, contra um resultado negativo de R$ 93 milhões apurado no mesmo intervalo de 2014.
Acima do esperado
O lucro líquido de R$ 521 milhões da Klabin referente ao quarto trimestre de 2015 veio 154% acima do esperado por analistas de mercado. A média das projeções de casas consultadas pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado) – BTG Pactual, Itaú BBA, Bradesco e Santander – apontava para um resultado positivo em R$ 205 milhões.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, de R$ 603 milhões ficou em linha com as estimativas, de aproximadamente R$ 584 milhões.
A receita líquida, de R$ 1,596 bilhão, também veio de acordo com o esperado pelo mercado, cuja média apontava para R$ 1,541 bilhão.
O Broadcast considera que o resultado está em linha com as projeções quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.
Volume de vendas
O volume de vendas da Klabin no quarto trimestre de 2015, sem incluir madeira, atingiu 499 mil toneladas, um avanço de 13% na comparação com igual intervalo de 2014.
O foco em exportações foi o grande destaque no período, com avanço de 52% na mesma base de comparação, para 190 mil toneladas. As vendas ao mercado interno, no entanto, recuaram 3%, para 309 mil toneladas. A participação do mercado externo nas vendas subiu de 28% para 38%, enquanto o doméstico recuou de 72% para 62%.
A Klabin explica no release de resultados, que a desvalorização do real ante o dólar ao longo do ano e o desaquecimento da economia brasileira criaram um cenário favorável às exportações. “Além dos recentes incrementos em sua capacidade produtiva, este aumento de vendas foi mais uma vez reflexo da resiliência dos mercados em que a Klabin atua e da flexibilidade de sua linha de produtos, que permitiu à companhia ampliar o direcionamento de volumes ao exterior, face ao enfraquecimento dos mercados nacionais”.
No acumulado do ano de 2015, o volume total de vendas foi de 1,833 milhão de toneladas, um aumento de 4% sobre o volume verificado em 2014. O aumento das exportações no total do ano foi de 15%.
A estratégia de elevar a exportação para mais de 35% do volume de vendas foi antecipada pelo diretor-geral da empresa, Fabio Schvartsman, em entrevista exclusiva ao Broadcast em outubro do ano passado. Na época, o executivo havia detalhado que todas as linhas de produtos estavam sendo exportadas, mas que a linha de cartões era a mais tradicional, devido os contratos de longo prazo.
Alavancagem em reais
A alavancagem em reais da Klabin, medida pela relação dívida líquida e Ebitda, atingiu 6,3 vezes ao final do quarto trimestre do ano passado, contra 6,2 vezes no trimestre exatamente anterior e 3,1 vezes no quarto trimestre de 2014.
Ao final de 2015, a dívida líquida da empresa somou R$ 12,411 bilhões, um avanço de 137% contra o ano anterior e de 7% na comparação contra o terceiro trimestre de 2015.
O aumento do endividamento da Klabin é explicado pelo crescimento dos investimentos no período, que somaram R$ 1,364 bilhão, um avanço de 23% ante o trimestre exatamente anterior e de 49% contra 2014. A geração de caixa, no entanto, segundo o release de resultados da Klabin, e a menor taxa de câmbio registrada exatamente no final de dezembro, foram os motivos apontados para que a alavancagem ficasse praticamente estável, em 6,3 vezes.
No acumulado de 2015, a Klabin pondera que a forte desvalorização do real afetou o índice em 1,6 vez.
O prazo médio dos financiamentos foi mantido em 50 meses em dezembro do ano passado, sendo 42 meses em moeda local e 54 meses em estrangeira. A dívida de curto prazo corresponde a 11% do total.