Um possível ajuste nos preços de produtos exportados, diante de um enfraquecimento da economia mundial, não assusta a Klabin. “Não obstante, os ajustes de preço abaixo (da média) em dólar que aconteceram ou aconteçam são mais do que compensados pela desvalorização da moeda brasileira”, disse o diretor-geral da empresa, Fabio Schvartsman.
Além do benefício gerado pelo câmbio, o executivo lembrou que normalmente a Klabin aplica preços superiores no exterior do que no mercado doméstico. “A gente opera com rentabilidade melhor na exportação com o efeito câmbio. Se vai haver nivelamento de preços, aí depende muito do que irá acontecer com o câmbio.”
Argentina
Ao ser questionado sobre as mudanças políticas e econômicas ocorridas na Argentina, após a entrada do novo presidente, Mauricio Macri, no final de 2015, Schvartsman disse que os reflexos são positivos. “Nós vendemos muito para a Argentina e a demanda continua forte. A minha avaliação é de que a volta da Argentina aos mercados é uma excepcional notícia”, disse, em teleconferência com analistas e investidores.
De acordo com o executivo, o país é dependente da importação de Kraftliner, sendo o Brasil e a Klabin importantes fornecedores.
Alavancagem
A alavancagem da Klabin, medida pela relação dívida líquida e Ebitda, alcançará um nível confortável ao final do ano de 2016, afirmou Schvartsman. “O nível de alavancagem ao final do ano será considerado por todos confortável”, ressaltou.
Em reais, a alavancagem da Klabin atingiu 6,3 vezes ao final do quarto trimestre do ano passado, contra 6,2 vezes no trimestre exatamente anterior e 3,1 vezes no quarto trimestre de 2014.
A desalavancagem começará a ocorrer após a partida do projeto Puma, em março deste ano, e com o fim dos fortes aportes realizados na nova fábrica. Schvartsman, no entanto, disse não poder revelar um guidance exato para o indicador.
Somente no quarto trimestre de 2015, os investimentos da Klabin no Puma foram de R$ 1,364 bilhão, um avanço de 23% ante o trimestre exatamente anterior e de 49% contra 2014.
