Economia

Taxas futuras de juros fecham entre estabilidade e alta após reação a IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro acima do esperado impôs novas altas às taxas de juros futuros, nesta sexta-feira, 5, ao sinalizar que o Comitê de Política Monetária (Copom) poderá ter de voltar a elevar a Selic nas próximas reuniões do colegiado. Na última hora da sessão, contudo, o movimento perdeu força e as taxas terminaram mais perto dos ajustes da quinta-feira, 4, também em linha com a desaceleração do avanço do dólar ante o real.

Além do IPCA, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de janeiro igualmente superou as expectativas dos economistas, reforçando a preocupação com o cenário para os preços. Outro destaque da agenda da sexta-feira foi o payroll nos EUA, mas que, para o segmento de renda fixa, ficou em segundo plano.

O DI abril de 2016 encerrou a sessão regular na mínima de 14,195%, mesma taxa do ajuste de quinta, e o DI janeiro de 2017 subiu de 14,53% para 14,56%. O DI janeiro terminou em 15,94%, de 15,96%.

O IPCA de janeiro mostrou inflação de 1,27%, além do teto das previsões do mercado, que iam de 0,94% a 1,21% (mediana de 0,10%). O indicador provocou reação de alta nas taxas logo na abertura dos negócios, reforçando a percepção de que o Copom terá de agir para controlar os preços. Além disso, o IGP-DI de janeiro, de 1,53%, divulgado antes do IPCA, superou o teto das estimativas coletadas pela pesquisa AE Projeções (1,08% a 1,48%, com mediana de 1,31%).

À tarde, as taxas se acomodaram, diante da leitura de que o avanço do IPCA foi concentrado em Alimentação e Transportes e de que os próximos índices virão mais baixos. No fechamento da sessão regular, o dólar operava quase estável, com alta de 0,07%, a R$ 3,903, o que também colaborou para o alívio na curva.

Nos EUA, os números do payroll vieram mistos do ponto de vista da política monetária. O número de vagas criadas em janeiro, de 151 mil, ficou abaixo da previsão de 185 mil postos, mas a taxa de desemprego caiu abaixo de 5%, para 4,90%, pela primeira vez desde 2008 e os salários subiram. O que prevaleceu foi o fato de o país estar em pleno emprego e a tendência de alta dos salários, o que reforça a ideia de que o Federal Reserve dará continuidade ao aperto monetário ao longo deste ano.

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