Economia

Anbima: fundos de investimento voltam a registrar captação líquida em janeiro

A indústria de fundos de investimento registrou em janeiro captação líquida de R$ 6,5 bilhões, após dois meses de resgates, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 5, pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Segundo a entidade, essa entrada foi impulsionada pela captação em fundos do Poder Público, de R$ 12 bilhões, que é sazonal.

Essa captação, assim, compensou os resgates em fundos das classes Multimercados, que chegou em R$ 5 bilhões no período, e nos fundos de ações, de R$ 1,9 bilhão.

Com a valorização de 2,02% do IMA-Geral, os fundos da classe Renda Fixa foram os que apresentaram maior rentabilidade na indústria em janeiro, destaca a Anbima, em especial os do tipo Renda Fixa Indexados. Já na classe multimercados, o destaque foi o tipo Macro, com alta de 1,72%. No sentido oposto, a pior rentabilidade foi registrada nos fundos de ações investimento no exterior (-4,46%).

Debêntures

O prazo médio das debêntures chegou a 2,7 anos em janeiro, o menor desde 2010, segundo o Boletim de Mercado de Capitais divulgado hoje pela Anbima. A oferta de valores mobiliários por companhias brasileiras em janeiro de 2016 ficou concentrada no segmento doméstico de renda fixa e de títulos de securitização, com volume abaixo da média dos últimos cinco anos. As ofertas de ações estão suspensas desde outubro de 2015 e as captações internacionais, desde junho de 2015.

Segundo a associação, as captações com títulos de dívida foram de apenas R$ 2,8 bilhões em janeiro, comparadas à média de R$ 5,6 bilhões observada entre os meses de janeiro de 2011 a 2015. “A redução dos prazos é uma tendência observada pelas companhias em períodos de incerteza. As ofertas atreladas à taxa DI também demonstram que há uma desconfiança do mercado em relação a taxa Selic”, afirma Carolina Lacerda, diretora da Anbima.

Entre as ofertas, destacaram-se as debêntures, com quatro operações que alcançaram R$ 2,5 bilhões. A emissão de maior volume foi da Companhia de Participações em Concessões, de R$ 1,25 bilhão, seguida de duas empresas do setor de energia: São Manoel, que captou R$ 532 milhões, e Neoenergia, com R$ 400 milhões. A Qualicorp Corretora de Seguros também realizou uma emissão de R$ 311 milhões de debêntures.

Todas as ofertas de debêntures em janeiro foram atreladas à taxa DI, sendo 62,6% do volume expresso em DI mais spread e os restantes 37,4% em porcentual do DI. Quanto à destinação de recursos, do total emitido em debêntures, 67,9% foi utilizado para a recompra ou resgate de emissões anteriores e 32,1% foi direcionado para capital de giro.

Foi realizada apenas uma oferta de nota promissória em janeiro, de R$ 210 milhões, da Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora – Rio, assim como apenas uma operação de CRI, da RB Capital Companhia de Securitização, com volume de R$ 110,5 milhões. Embora tenham sido realizadas quatro emissões de FIDCs, os volumes não foram expressivos e somaram apenas R$ 24 milhões. Todas as operações do período foram distribuídas com esforços restritos ou foram dispensadas de registro pela CVM.

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